A promessa do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de aumentar o tíquete médio pago pelo programa Bolsa Família - transformado em Auxílio Brasil - pode não contemplar cerca de 5,4 milhões de beneficiários. Com o novo desenho proposto pela gestão de Bolsonaro, na verdade, o grupo pode ter o benefício diminuído ou congelado ao longo dos próximos anos.
Essa e outras informações constam de relatório do governo obtido pelo jornal "O Estado de S. Paulo" via Lei de Acesso à Informação (LAI). As simulações dos valores foram feitas pela própria equipe do Ministério da Economia. Atualmente, ao todo, 14,7 milhões de pessoas recebem a ajuda.
Segundo apurou o veículo, embora o chamado "benefício compensatório de transição", que é temporário e pagará aos beneficiários o mesmo valor da diferença, possa evitar uma perda imediata, o tíquete será reduzido à medida que o novo programa do governo deve sofrer reajustes. Isso, portanto, pode acabar provocando um congelamento do benefício ao longo dos próximos anos para esses cerca de 5,4 milhões de atendidos pelo programa.
Especialistas ouvidos pelo "Estadão" explicam os possíveis motivos da redução: a primeira delas é a extinção do chamado benefício básico, que é pago às famílias classificadas como em situação de extrema pobreza. O valor é de R$ 89. O benefício, conforme explica o veículo, "acaba tendo uma sobreposição com o valor pago para superação da extrema pobreza, calculado caso a caso de acordo com o valor que falta para aquela família sair dessa situação e que será mantido no desenho do Auxílio Brasil".
Neste caso, a redução compensada pelo benefício temporário ficaria entre R$ 10 e R$ 173, informou o jornal com os dados obtidos via LAI.
O segundo motivo que pode provocar as perdas é o corte no máximo de benefícios recebidos por dependentes menores de idade ou gestantes, afirma o "Estadão". Pela proposta do governo Bolsonaro, o valor vai cair de sete para cinco filhos, no máximo. De acordo com as informações obtidas pelo veículo, ao menos 63.891 famílias poderão atingidas pelas mudanças.
Ainda, diferentemente do que o governo tem prometido, segundo os cálculos do veículo a previsão é que, num cenário sem recursos adicionais, o aumento no tíquete-médio pago pelo Auxílio Brasil seja de apenas R$ 8,51, subindo para R$ 194,45. Bolsonaro e Guedes, no entanto, pretendiam elevar esse montante para no mínimo R$ 300.
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