Trabalhadores estão esperando até 60 dias para dar entrada no seguro-desemprego, segundo a Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego. Em Curitiba, a demora para marcar um horário exige paciência do beneficiário. De acordo com a secretaria, o tempo de espera para agendamento deve ser reduzido a partir da segunda quinzena de abril com o aumento do quadro de funcionários na Agência do Trabalhador no Centro da capital.
Para dar entrada no pedido, é preciso marcar pela internet o dia e o horário de atendimento na Agência do Trabalhador ou nos postos espalhados pela capital nas Ruas das Cidadania, além de municípios da região metropolitana.
Anderson Schmidt, desempregado desde o começo do mês, só conseguiu o agendamento após várias tentativas entre os dias 10 e 25 de março. Neste último dia, finalmente arranjou um horário para 5 de maio, no posto da Rua da Cidadania do Boqueirão. Ele disse que chegou a ir pessoalmente na Agência do Trabalhador de Curitiba e o atendente confirmou a falta de vagas disponíveis no sistema, recomendando que ele aguardasse. O desempregado tem 120 dias para dar entrada no seguro a partir da data de rescisão.
Problemas
A demora deriva de dois fatores: o aumento do fluxo de desempregados nessa época do ano e a falta de funcionários na Agência Central de Curitiba. "O mês de março é historicamente o fim do período dos contratos temporários de fim de ano", explica José Maurino de Oliveira Martins, diretor do Departamento de Gestão do Sistema Público de Trabalho, Emprego e Renda (Deter).
A Secretaria do Trabalho informou que os contratos de funcionários terceirizados acabaram e o governo optou pela contratação via Processo Seletivo Simplificado (PSS), que tem prazo de dois anos e alta rotatividade. "Nós renovamos por mais dois anos e fizemos novo concurso. A partir de 2 de abril, vamos ter 115 novos funcionários que já estão sendo treinados", diz Martins.
Objetivo
Segundo ele, cerca de 30 a 40 serão destacados para o atendimento do seguro-desemprego. O objetivo é reduzir o tempo de espera para menos de 30 dias a partir do meio de abril, quando os novos funcionários já estiverem bem treinados. Martins pretende diminuir esse tempo progressivamente até que o agendamento e o atendimento sejam realizados na mesma semana, se possível. "O sistema não é o ideal, bom seria o trabalhador chegar à agência e ser atendido no mesmo momento, sem precisar agendar. Essa é a nossa meta", afirma.
Caso seja necessário, novos mutirões serão realizados a partir do mês que vem. No último, no começo de março, 300 trabalhadores foram atendidos. Por dia, são aproximadamente 100 somente na Agência Central de Curitiba.