No sexto dia de paralisação, mais da metade das agências bancárias do Paraná estão fechadas. Segundo dados da Fetec-CUT-PR e da Federação dos Bancos do Paraná, 972 agências não abriram nesta terça-feira (24), o que representa 61% do total. A estimativa é que 19,2 mil bancários tenham aderido à paralisação sendo que a maioria (14,3 mil) só em Curitiba , segundo a Fetec-CUT-PR.
No fim da tarde desta terça, representantes dos grevistas fizeram ato em frente do Palácio Avenida (prédio do HSBC), no Centro de Curitiba, para prestar esclarecimentos às pessoas que passaram pelo local. "É importante que a população entenda e saiba o que está acontecendo conosco. Vamos explicar nossos motivos", diz o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias.
Ele avalia que o crescimento da greve cuja adesão quase dobrou desde o início, na semana passada, segundo os sindicatos se deve ao sentimento de insatisfação dos bancários. "Os bancários trabalham sempre com uma tensão muito grande. As condições de trabalho são ruins. E aí chega na hora de negociar com quem tanto lucra [os banqueiros] e nos tratam dessa forma, sem negociar", afirma Dias.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) fez uma proposta no início do mês, antes do começo da greve, que foi rejeitada pelos sindicatos. Na época, a Fenaban ofereceu reajuste de 6,1% à categoria. Os sindicatos reivindicam aumento de 11,93%, além de melhores condições de trabalho. Segundo os sindicatos, ainda não houve outro indicativo de negociação.
Por meio de nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que não há nenhuma rodada de negociação marcada. "A entidade aguarda posição do sindicado sobre a proposta global contendo reajuste salarial de 6,1%, que corrigirá salários, pisos e benefícios. Será mantida a mesma fórmula de participação nos lucros, com correção dos valores fixos e de tetos em 6,1%. Com isso, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.182,36 para jornadas de seis horas. Entre outros benefícios, estão previstos reajuste do auxílio refeição, que sobe para R$ 22,77 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 390,36 por mês, além da 13ª cesta no mesmo valor e auxílio-creche mensal de R$ 324,89 por filho até 6 anos", diz o texto.
Assembleia na quinta
Nesta quarta-feira (25), haverá assembleia no Centro Cultural do Sindicato dos Bancários (Rua Piquiri, 380), para avaliar o andamento da greve. Não haverá discussão sobre o fim da paralisação, que deve continuar pelo menos até que aconteça nova rodada de negociação.
Greves prejudicam clientes de bancos e dos Correios
A greve dos funcionários dos Correios e dos bancários prejudica os serviços prestados pelas empresas nesta terça-feira (24). A paralisação dos bancários fecha mais da metade das agências em Curitiba, com maior concentração na região central. Os trabalhadores dos Correios promovem piquetes em centros de distribuição e atrasam a entrega de correspondências e encomendas. As informações são dos respectivos sindicatos que representam as categorias.
Diretor do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná, Luiz Henrique Ferreira diz que, pelo menos, 10 caminhões com encomendas internacionais estão estacionados no Aeroporto Afonso Pena nesta terça. Ele cita que Centros de Distribuição Domiciliar, onde são organizadas as cartas, estão com o funcionamento prejudicado. Em igual situação, segundo ele, encontram-se parte dos Centros de Encomendas Especiais (CEEs), local de classificação de produtos a serem entregues.
Ferreira relata que não há agências dos Correios fechadas na capital paranaense, mas que, em algumas cidades do interior, há paralisação total. É o caso de Goioerê, de acordo com ele. "Continuamos desde o início, na quarta-feira, com a mesma estratégia do começo, tentando não ficar reunido apenas no prédio central. Nas contas do sindicato, temos 70% parado dos funcionários parados. A maioria é de carteiros e nossa estimativa é de que tenha 1 milhão de encomendas atrasadas. De cartas deve ter muito mais", disse Ferreira.
O dirigente não soube informar com exatidão quais CDDs e CEEs estão fechados. Ele reforçou que não há fechamento de portões e que os funcionários são apenas convencidos a não trabalhar. Segundo ele, foi assim que as encomendas internacionais ficaram completamente travadas no aeroporto, sem que ninguém fosse forçado.
A assessoria dos Correios não confirmou as informações e solicitou que os questionamentos sobre o caso fossem encaminhados por e-mail. O pedido oficial foi encaminhado às 10h50 e a reportagem aguarda retorno.
Veja como evitar transtornos e realizar as operações bancárias sem depender do serviço interno das agências