Os cerca de 9 mil colaboradores das empresas terceirizadas da Refinaria Getúlio Vargas (Repar) e da empresa Fosfértil, localizadas em Araucária, região metropolitana de Curitiba, paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (7). Eles querem salários iguais para funcionários que desempenham a mesma função, entre outras reivindicações.
A greve estava programada desde o dia 29 do mês passado e não tem data para terminar. Uma assembleia rejeitou por unanimidade uma contraproposta da empresas, de acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Paraná, Roni Anderson Barbosa.
As empresas propuseram alguns benefícios para evitar a greve, entre eles reajuste salarial de 6%, cesta básica de R$ 60 e abono para aqueles trabalhadores que estão a um ano de se aposentar.
Barbosa afirma que os trabalhadores querem mais. Entre as reivindicações estão salários iguais para trabalhadores na mesma função, piso de R$ 897, aumento real (sem contar a inflação) de 20% e abono para todos os funcionários.
Segundo a Cut, a quantidade de terceirizados na empresa é de cerca de 9 mil - o número correto varia muito de acordo com a sazonalidade. A maioria trabalha nas obras de ampliação da refinaria. Os cerca de 1,3 mil funcionários contratados diretamente pela Repar e Fosfértil não paralisaram suas atividades.
Outro lado
Na tarde desta terça-feira (7) a assessoria de imprensa da Repar afirmou que a Petrobrás não vai se pronunciar sobre o caso. Isso porque se trata de uma greve dos funcionários terceirizados das empreiteiras que prestam serviços à refinaria de Araucária e não da própria estatal.
A informação era de que todas as empreiteiras terão um porta-voz, que chegará na quarta-feira (8) a Curitiba. Dessa forma, essas empresas se pronunciarão sobre a greve apenas a partir de amanhã.
A assessoria de imprensa da Fosfértil também disse que iria comentar o caso, pois os trabalhadores em greve eram terceirizados. As atividades na empresa estavam acontecendo normalmente nessa terça-feira (7).
Carga horária estendida
Em março desse ano houve protestos na Repar por causa do aumento da carga horária dos trabalhadores, os quais permaneceram em atividades na refinaria por mais de oito horas. A jornada de trabalho foi estendida por causa da grave dos petroleiros, para que a unidade pudesse dar conta da produção.
A situação foi denunciada ao Ministério Público do Trabalho e a Petrobrás foi autuada. A paralisação foi encerrada após quatro dias de negociações entre a estatal e o Sindicato dos Petroleiros do Paraná (Sindipetro-PR).