Rápida, móvel e universal
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, deixou claro em seu discurso de abertura do Futurecom, evento de tecnologia que ocorreu em Florianópolis na semana passada, que a terceira geração (3G) da telefonia celular se tornou prioridade no governo. De acordo com ele, a tecnologia tem o poder de ser o principal canal de inclusão digital do Brasil. A lógica é a seguinte: a 3G transforma celulares em verdadeiros terminais de banda larga; e o telefone móvel, por sua vez, é o eletrônico de popularização mais rápida da história, com mais de 110 milhões de usuários no Brasil. O resultado da terceira geração poderia ser, portanto, uma grande parcela da população com bom acesso à internet.
Florianópolis A 3G, terceira geração de celulares, nunca esteve tão próxima dos brasileiros. Ao que tudo indica, a tecnologia, capaz de transformar telefones móveis em verdadeiros terminais de banda larga, chega ao país até o fim do ano. Durante a última edição do Futurecom, maior evento de telecomunicações da América Latina, que ocorreu em Florianópolis durante a semana passada, a Claro se mostrou como a mais preparada e mais entusiasmada para a transição.
Na teoria, a operadora controlada pela mexicana América Móvil não precisaria aguardar o leilão de novas faixas de freqüência, a ser feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para oferecer uma rede 3G. Ou melhor, nenhuma telefônica que opera nas bandas A e B (TIM e Vivo, no caso do Paraná) precisaria esperar pelo edital da Anatel. Essas operadoras matêm uma faixa de freqüência (850 MHz) praticamente ociosa, pois era usada pelos antigos celulares da tecnologia TDMA substituídos, em grande parte, por aparelhos GSM. É nesse espectro que a terceira geração poderia começar a funcionar no Brasil. E é nessa brecha que Claro e Telemig montaram uma estrutura de antenas 3G pronta para entrar em funcionamento.
O empecilho para que isso aconteça está na Anatel. Apesar de não existir impedimentos para a 3G em 850 MHz, técnicos da agência reguladora interpretam de maneira diferente uma resolução publicada em 2000, e que determina o espaço a ser ocupado pela nova tecnologia. O superintendente de serviços privados da Anatel, Jarbas Valente, diz que o órgão não previu a solução encontrada pela Claro. De acordo com ele, as faixas de 1,9 e 2,1 GHz que dependem do leilão para serem usadas são reservadas para os serviços considerados de 3G.
Não há nada, entretanto, proibindo tecnologias 3G de funcionarem em outras freqüências. "A Vivo, com sua rede EV-DO [de nome comercial Play 3G], tecnicamente opera terceira geração em uma faixa de freqüência que já possuía no caso, da rede CDMA", lembra Marco Aurélio Rodrigues, presidente nacional da Qualcomm, empresa responsável por boa parte do desenvolvimento das tecnologias 3G, incluindo EV-DO, HSDPA e HSPA.
Quando se fala em 3G no Brasil, neste momento, o sistema mencionado é o HSDPA, capaz de permitir uma velocidade de até 3,6 megabits por segundo (Mbps) na transmissão de dados. A tecnologia lançada pela Vivo há dois anos nas principais cidades do país amarga uma aceitação relativamente baixa do público consumidor de celulares (o sucesso do EV-DO se concentra nas placas de transmissão de dados para notebooks). É por isso que o mercado se anima quando o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, diz que o edital para o leilão da 3G estará pronto ainda neste mês. TIM, Claro, Brasil Telecom e a própria Vivo não escondem o interesse em adquirir novas freqüências para instalar suas bases de banda larga pelo celular.
O jornalista viajou a convite da Qualcomm
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