A Amazon brasileira é mais barata?

A entrada da Amazon na venda de produtos físicos no Brasil era bastante esperada porque a varejista on-line é conhecida por ser implacável com a concorrência. Nos Estados Unidos, a empresa é uma líder inovadora, que concilia preços baixos, entrega rápida e sistemas sofisticados para oferta de produtos (próprios e de terceiros). Sua empreitada no Brasil, porém, não será fácil.

Em uma primeira passada de olhos, a Amazon brasileira tem três bons pontos positivos: frete grátis para compras a partir de R$ 69, a possibilidade de o leitor começar a ler o livro em um aplicativo enquanto ele não é entregue e um grande acervo. Não há nos preços sinal de que a empresa veio para pulverizar os concorrentes. Fiz uma busca rápida de sete títulos bastante vendidos, com ajuda do site Buscapé. A Amazon só tinha um deles mais em conta do que em outro lugar: "Foco", de Daniel Goleman (R$ 21,90 contra R$ 23,10 na Saraiva).

A comparação não tem nada de científico e, como sabemos, os preços na internet mudam a toda hora. Há volumes com preços levemente maiores do que o do competidor de menor preço – caso de "A Culpa é das Estrelas", de John Green (R$ 17,90, contra R$ 17,40 na Livraria da Folha), "Cinquenta Tons de Cinza", de E. L. James (R$ 17,90, contra R$ 16,90 na Americanas), e 1889, de Laurentino Gomes (R$ 20,90 contra R$ 19,98 no Extra).

Em alguns casos a diferença é suficiente para bancar parcialmente ou totalmente a taxa de entrega. "Se Eu Ficar", de Gayle Forman, é vendido por R$ 21,90 na Amazon e por R$ 15,33 na Americanas. Outros dois exemplos: "1Q84", de Haruki Murakami, custa R$ 27,55 na Amazon e R$ 24,65 na Saraiva; "Diálogos Impossíveis", Luis Fernando Veríssimo, está R$ 22,90 na Amazon e R$ 16,03 na Americanas.

Esta é uma amostra pequena e não tem como objetivo avaliar se o preço médio da Amazon é maior ou menor do que se encontra por aí. A lição é que ainda vale a pena comparar os preços, simular o frete e ver onde fica mais barato. Ao que parece, o comércio eletrônico brasileiro já está bem maduro para competir com a companhia de Jeff Bezos.