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A briga que rachou a alta cúpula da Volkswagen

Após mudança no comando, Volks terá que cortar custos. | Christian Charisus/Reuters
Após mudança no comando, Volks terá que cortar custos. (Foto: Christian Charisus/Reuters)

Há meses a Volkswagen está imersa em uma briga de poder que teve no último fim de semana um encerramento dramático. No sábado, após perder apoio, o presidente do conselho de supervisão da empresa, Ferdinand Piëch, pediu demissão de seu cargo. Ele vinha publicamente fazendo campanha para destituir o atual diretor-presidente da companhia, Martin Winterkorn,situação que praticamente paralisou a alta gestão da companhia.

Piëch é neto de Ferdinand Porsche, engenheiro que criou o Fusca e o primeiro Porsche, e em 2008 venceu uma disputa familiar que o colocou como presidente das duas empresas, Volks e Porsche. Ele foi responsável por uma virada na história da Volkswagen – após assumi-la, em 1993, Piëch liderou investimentos em inovação que ajudaram a montadora a se transformar na segunda maior do mundo em vendas. Sua atuação, que incluiu a compra de marcas de luxo como Bugatti, no entanto, muitas vezes desagradou o mercado pelo alto custo da estratégia de elevar a Volks de categoria.

A briga entre Piëch e Winterkorn ocorre em um momento em que a montadora enfrenta vendas em queda nos Estados Unidos e na China, e precisa encarar o desafio de cortar custos. Apesar desses problemas, Winterkorn foi capaz de manter o apoio dos trabalhadores da Volks, que têm assento no conselho da companhia, e de Stephan Weil, primeiro-ministro da Baixa Saxônia, estado que também é acionista da empresa. O executivo também foi apoiado por Wolfgang Porsche, primo de Piëch, que se recusou a apoiá-lo.

Os dois primos tinham relações estremecidas desde que Wolfgang Porsche, então presidente da montadora Porsche, tentou comprar a Volks usando uma estratégia de aquisição de ações que chegou a tornar a empresa a mais valiosa do mundo por um dia. A estratégia falhou e Piëch fechou um acordo com o primo para que a Porsche fosse integrada à Volkswagen.

Desta vez, Piëch não conseguiu impor sua vontade de levar um novo executivo para a montadora. Seu substituto será indicado na semana que vem e ele terá o desafio de focar novamente a empresa em levar adiante um plano eficiente para reduzir custos e voltar a crescer nos dois maiores mercados de veículos do mundo, Estados Unidos e China.

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