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Greve

À espera de acordo, caminhoneiros intensificam piquetes no Paraná

No sétimo dia consecutivo de greve, caminhoneiros voltaram a fazer piquetes e manifestações em estradas do Paraná, nesta terça-feira (31). Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), às 11h40 já havia 25 pontos de bloqueio em rodovias que cruzam o estado: o maior número de interdições desde o início da paralisação. O endurecimento das manifestações ocorre em um dia decisivo para o movimento: a partir das 14 horas, representantes dos caminhoneiros se reúnem em Brasília com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para tentar chegar a um acordo.

"Vamos levar a nossa pauta de reivindicações e ver qual a solução que encontramos neste momento, para que nós – caminhoneiros e governo – possamos nos ajudar", disse o líder do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) no Paraná, Neori Leobet.

A exemplo do que ocorreu nos outros dias de mobilização, os caminhoneiros estão mantendo piquetes em diversos pontos de estradas paranaenses, abordando caminhões e convocando os colegas a aderir à paralisação. Outros veículos – carros, motos, ônibus e ambulância, além da caminhões que transportam produtos perecíveis ou carga viva – são liberados. Apesar disso, segundo a PRE, tem havido lentidão por causa dos bloqueios.

Nesta manhã, os piquetes começaram às 7h30. Há bloqueios na PR-082, na altura do quilômetro 226, no município de Terra Boa; no quilômetro 04 da PR-473, em Três Barras; na PR-323, em Umuarama, na altura do quilômetro 303; na PR-182, em Toledo; na PR-151, entre Piraí do Sul e Castro; na PR-495, em Medianeira; na PR-170, no município de Pinhão.

Outras três rodovias estaduais têm pontos de interdição. No quilômetro 458 da PR-182, em Realeza, a manifestação provoca sete quilômetros de filas a partir do ponto do bloqueio. Segundo a PRE, cerca de 350 caminhões se mantêm no ponto. Na PR-471, quilômetro 222, em Nova Prata do Iguaçu, permanecem em torno de 70 caminhões e a fila é de 1,5 quilômetro. No quilômetro 437 da PR-180, em Dois Vizinhos, há congestionamento de dois quilômetros e 80 caminhões participam do piquete.

Outro ponto de bloqueio é registrado pela PRE, entre os quilômetros 177 e 180 da PRC-466, em Piganga. De acordo nota divulgada pelo subtenente Gherke, há cerca de 250 caminhões parados no pátio de um posto de combustíveis, às margens da pista.

Rodovias federais

Os caminhoneiros também fazem piquetes em rodovias federais que cortam o estado. Na BR-277, há quatro pontos de interdição: no quilômetro 670, em Medianeira; no quilômetro 452, em Laranjeiras do Sul; no quilômetro 339, em Guarapuava, e no quilômetro 118, em Campo Largo.

Na BR-163, também há quatro bloqueios: no quilômetro 7, em Barracão, no quilômetro 42, em Pranchita; no quilômetro 64, em Pérola do Oeste; e no quilômetro 86, em Capanema.

Dois piquetes são feitos na BR-376: no quilômetro 231, em Apucarana e no quilômetro 323, em Mauá da Serra. Também há manifestações na BR-369, em Mamboré; na BR-467, em Toledo; na BR-158, em Peabiru e na BR-487, em Campo Mourão.

Reivindicações

A mobilização é uma reação a pontos da chamada Lei do Caminhoneiro – em vigor desde junho deste ano – que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Outra exigência são intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e um repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas.

Segundo Leobet, não há infraestrutura para que a norma seja cumprida. Isso porque, segundo ele, não há nas estradas pontos onde os veículos possam permanecer em segurança. "Não abrimos não da segurança. Não somos contra a carga-horária definida pela lei, mas o governo tem que disponibilizar estrutura para que a lei seja cumprida", disse.

A categoria também contesta pontos da Resolução 3658 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que acaba com a carta-frete e a informalidade na discriminação de custos da contratação de autônomos por parte das transportadoras. Os trabalhadores pedem a suspensão temporária da norma, até que o sistema eletrônico de pagamento seja estruturado.

Os caminhoneiros também reivindicam a criação do Fórum Nacional do Transporte, a suspensão imediata da fabricação dos bitrens (composições rodoviárias com nove eixos) e a criação de delegacias especializadas em combater roubos de cargas.

Morte

Na segunda-feira (30), um caminhoneiro morreu durante um bloqueio realizado na BR-369, perto da cidade de Mamborê. Segundo a PRF, por volta das 15h30, o caminhoneiro Augostinho Daboite, de 44 anos, colocava um cone em frente a um ônibus que passava pelo bloqueio. O veículo teria tentado diminuir a velocidade, mas acabou atropelando o manifestante, que morreu. Neste terça-feira, Leobet lamentou a morte do colega, em nome do MUBC.

"Perdemos um herói, um valente caminhoneiro, um homem que estava lutando para dar um sustento pela sua família e que morreu lutando", declarou.

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