Enquanto os políticos se reúnem no Parlamento grego, em Atenas, para decidir se aceitam ou não as medidas de austeridade dos credores em troca de um terceiro programa de resgate, a população sai às ruas para se manifestar.
A maior parte, assim como no referendo que no último dia 5 disse “não” às exigências internacionais, é contra os duros termos que o país terá de seguir para receber até 86 bilhões de euros em três anos. Os protestos que começaram pacificamente se tornaram violentos, com choques com a polícia.
Helicópteros sobrevoam o Centro de Atenas, onde são ouvidos muitos gritos e explosões.
De acordo com o site do jornal britânico “Guardian”, entre os manifestantes há idosos, aposentados, jovens e algumas pessoas com máscaras para proteção em caso de disparo pela polícia de bombas de gás lacrimogêneo.
Melina Kotaki, de 71 anos, exibia um cartaz afirmando que a chanceler alemã Angela Merkel e o ministro de Finanças Wolfgang Schäuble jamais hastearão a bandeira nazista sobre a Acrópole novamente.
“É uma referência alegórica ao que aconteceu durante a guerra. Temos um governo que não entende que a Alemanha quer destruir a Europa de novo”, afirmou a idosa ao “Guardian”.
Outros manifestantes exibiam cartazes e faixas com dizeres contra a austeridade, as privatizações e até mesmo pela saída da Grécia da zona do euro. Uma pesquisa do instituto Kapa Research indica que, apesar de muito divididos, 70,1% dos gregos acham que o Parlamento deve adotar o acordo.
Greve
Ainda nesta quarta-feira, funcionários públicos fizeram uma greve de 24 horas contra o acordo firmado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras com os parceiros do país no euro. O setor público grego trabalhava pela metade nesta quarta em razão da paralisação — a primeira desde a chegada do Syriza ao poder, em janeiro — convocada pelo sindicato Adedy, que se opõe às novas medidas de austeridade.
Sem transportes públicos funcionando normalmente, houve engarrafamentos nas ruas da capital no início da manhã. A rede ferroviária ficou totalmente parada, enquanto os hospitais realizam apenas os serviços mínimos e emergenciais.