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Conectividade

A esperança de uma Copa banda larga

Sepp Blatter, presidente da Fifa, na cerimônia de 2007 em que o Brasil foi apontado como país-sede | Ricardo Stuckert / Agência Brasil
Sepp Blatter, presidente da Fifa, na cerimônia de 2007 em que o Brasil foi apontado como país-sede (Foto: Ricardo Stuckert / Agência Brasil)

São Paulo - A Copa do Mundo de 2014 será o marco da introdução da quarta geração da tecnologia de telefonia móvel no Brasil, a chamada conexão 4G, baseada na tecnologia Long Term Evolution (LTE). Visando preparar a infraestrutura do país para o evento, a Agên­cia Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou a antecipação para o ano que vem dos leilões das licenças para operação das faixas de frequência de 2,5 Ghz. Inicialmente, a licitação estava prevista para ocorrer em 2012. Com a antecipação, a Anatel quer que o 4G esteja em operação já em 2013.

"A quarta geração introduz no país uma conexão 100% portátil e definitivamente transporta a tecnologia móvel para o mundo da internet", avalia o vice-presidente de políticas públicas da Associação GSMA, Ricardo Tavares. A entidade, que reúne 750 operadores de 221 países e compreende cerca de 5 bilhões de usuários de telefonia móvel em todo o planeta trabalhou para apoiar a implantação da tecnologia LTE no Brasil.

"A 4G é uma 3G com esteróides anabolizantes. Você multiplica por 10 as velocidades de conexão. Isso tem muitos impactos sobre a geração de novos negócios e oportunidades", assegura Tavares.

A nova tecnologia deve permitir a troca de arquivos com uma velocidade de até 100 megabits por segundo (Mbps). Essa possibilidade deve induzir desde a inovação na área de terminais – que podem ser aparelhos ce­­lulares quanto outros dispositivos conectados – quanto à produção de conteúdos e bens culturais, como músicas, filmes, li­­vros e informação e suas formas de comercialização.

"Um nicho que ainda ‘engatinha’ e pode se desenvolver muito [com o 4G] são os serviços e aplicativos baseados em localização, impulsionando a chamada ‘realidade aumentada", ga­­rante Tavares.

Mas a antecipação da chegada do 4G não significa necessariamente o "sepultamento" da tecnologia predecessora, já que o processo de transição tecnológica do 3G para o 4G deve demorar de 7 a 10 anos, em média, para se completar. Até lá, a avaliação é de que ainda há "muito espaço" para o 3G crescer. Prova disso é que a própria Anatel anunciou que vai licitar, em dezembro, a última faixa desta frequência, que ficou de fora do leilão de 2007.

"Será o primeiro leilão de vá­­rias bandas ao mesmo tempo. Isso envia um sinal positivo para as operadoras, de que podem continuar investindo, que não vai faltar espaço para elas operarem. É uma beleza investir em um país que está crescendo", assegura o di­­retor da GSMA.

Apesar de ter atingido numericamente 100% de cobertura – o número de celulares em funcionamento no país ultrapassa a população – as operadoras acreditam que ainda há espaço para crescimento do mercado brasileiro. "A conexão máquina-máquina representa uma grande oportunidade", diz.

Acelerar é preciso

Os resultados de um teste de velocidade na internet móvel brasileira realizado nas 12 cidades sede da Copa do Mundo pela empresa chinesa de tecnologia móvel Huawei, e divulgado durante a Futurecom, mostra que a velocidade média de conexão é de meio mega (500 kbps). Para compartilhar conteúdo, a velocidade cai pela metade, para 249 kbps.

Curitiba ficou em 3.º colocação no ranking geral, dentre as melhores médias dos indicadores analisados. A cidade ficou na 5.ª posição de velocidade média de download, 3.ª melhor velocidade de upload e 3.ª melhor qualidade de vídeo. Apesar do bom resultado, nenhuma cidade atingiu a velocidade média de um mega.

Entre as melhores velocidades estão Rio de Janeiro (647 kbps), São Paulo (668 kbps) e Porto Ale­­gre (724 kbps). Salvador (283 kbps), Natal (306 kbps) e Recife (390 kbps) lideram a lista das cidades mais lentas.

O repórter viajou a convite da GSMA

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