Curitiba Jogos complexos e com gráficos super-realistas, Windows Vista, Web 2.0, softwares e arquivos cada vez mais pesados, enfim, toda uma nova geração de aplicativos e ferramentas parece estar devolvendo a importância ao microprocessador. Essa pecinha de silício que funciona como o centro nervoso do computador precisa, mais do que nunca, ser rápida e multi-tarefas, consumir pouca energia e não superaquecer. Tais exigências, como se não bastassem por si mesmas para agitar todo o mercado tecnológico, chegam num momento especial. A gigante Intel briga com a desafiante AMD (American Micro Devices) tanto para manter sua supremacia no comércio de microchips como pela preferência dos diferentes perfis de consumidores.
O usuário doméstico deixou de ser aquele sujeito que não exige muito do PC. Ao converter um CD de áudio em MP3, assistir a um vídeo no YouTube, receber notícias em tempo real (via sistema RSS) e jogar uma partida de Winning Eleven 9, ele aos poucos vai perceber que sua máquina comprada como top de linha há dois anos não tem fôlego para realizar tantas coisas ao mesmo tempo. O Windows Vista, novo sistema operacional da Microsoft que chegará às lojas no início de 2007, só agravará a situação. Como todo o sistema irá trabalhar baseado em três dimensões (3D), até gerenciadores de e-mail e editores de texto, como Outlook e Word, exigirão mais velocidade da CPU.
A Web 2.0, ou seja, o conceito que prega uma transição imperceptível do mundo online para o ambiente offline (de uma ferramenta da web para um programa no desktop, por exemplo), também devolve o foco aos processadores. Fazem parte dessa onda programas como o Yahoo! Desktop Search, o Google Maps, o Picasa e a família Windows Live, que exigem não apenas uma boa conexão com a rede, mas também máquinas que não "engasguem".
A boa notícia é que, mesmo durante os seis anos de badalação da banda larga, os desenvolvedores de chips nunca deixaram de lado a Lei de Moore. Segundo essa regra não escrita, formulada em 1965 pelo fundador da Intel, Gordon Moore, a velocidade dos processadores deveria dobrar a cada 18 meses, sem aumento de preço. Recentemente, esse paradigma vem se quebrando por uma série de fatores decorrentes da miniaturização dentre os quais o aquecimento e custo são os principais.
AMD e Intel contornaram os entraves e nos propuseram a solução: processadores de núcleo duplo (ou dual core). Basicamente dividindo as tarefas do PC entre os dois núcleos, esses novos chips resolveram os problemas, aumentando a velocidade de processamento e reduzindo o consumo de energia. Os tops de cada empresa são o Athlon 64 FX (2,8 GHz) e o Core 2 Extreme (2,93 GHz). Custam cerca de R$ 2 mil, o que torna improvável comprar um desktop com esses cérebros por menos de R$ 7 mil. Caro, sim, mas você ainda vai precisar de um.