Apenas em setembro, dólar à vista subiu 8,2% ante o real| Foto: Paulo Lisboa/ Folhapress

Economistas chegam a falar em dólar acima de R$ 2,50

A expectativa de bancos e corretoras, segundo pesquisa feita pela Bloomberg com 44 instituições, é que o dólar à vista termine o ano cotado a R$ 2,34, bem abaixo dos R$ 2,43 de agora Leia mais

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A escalada da cotação do dólar nos últimos dias ameaça frustrar o orçamento dos turistas brasileiros que pretendem viajar ao exterior nos próximos meses. Comprar a divisa nesse momento é a recomendação de analistas, mas, ficando atento às oscilações, é possível parcelar a aquisição, fazendo uma média de cotações.

As perspectivas são as de que o dólar apresente uma tendência de valorização no longo prazo, devido ao fortalecimento da economia norte-americana e, no Brasil, ao sobe e desce eleitoral, que acirra as oscilações.

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Adquirir a moeda agora é a opção para quem quer previsibilidade e deseja saber quanto vai gastar na viagem. "Essa alta vai ficar e, se houver uma mudança na política monetária americana, ela [a cotação do dólar] vai mais acima. Não dá mais para pensar em dólar a R$ 2,20", afirma o diretor da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme.

Apenas em setembro, o dólar à vista, referência nas operações do mercado financeiro, subiu 8,2% ante o real e fechou o último pregão da Bolsa cotado a R$ 2,42. Entre abril e julho, período de baixa da moeda, ela valia, em média, R$ 2,23.

Planejamento

O ideal é que o turista faça um planejamento para comprar a moeda ao longo dos próximos meses, de maneira parcelada, a fim de diluir eventuais perdas com o câmbio. "Se for viajar no fim do ano, faça uma média e vá comprando aos poucos, para poder se resguardar com relação a uma alta ou uma queda brusca", afirma Mauriciano Cavalcante, diretor de operações de câmbio da corretora Câmbio Rápido.

Segundo Cleiton Feijó, diretor comercial da operadora de viagens Nascimento Turismo, a ansiedade gerada pela disparada do câmbio tem se manifestado de três formas entre os clientes. Alguns turistas optaram por deixar vencer o prazo para pagamento de reservas, apostando que o dólar pode cair em alguns meses. Outros, pelo contrário, preveem alta ainda maior e resolveram fechar todo o pacote logo para não amargar prejuízos no futuro. E há aqueles que estão trocando viagens para o exterior por destinos nacionais, a fim de evitar preocupações cambiais.

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"Para quem vai viajar daqui a alguns meses, recomendo comprar uma parcela dos dólares agora, carregando um cartão de débito, por exemplo, e aguardar para ver o comportamento do câmbio quando a viagem se aproximar. Nessa hora, se o valor estiver muito alto, talvez valha a pena deixar de comprar dólares e optar por levar o cartão de crédito, pois a cotação pode cair até o fechamento da fatura", aconselha Feijó.