É senso comum afirmar que existe um distanciamento entre universidades e empresas. Esse distanciamento é reflexo de vários fatores, como editais direcionados que não incentivam a pesquisa conjunta; questões culturais, em que empresas não abrem suas portas para alunos e professores realizarem pesquisas e tampouco destinam recursos para promovê-las; e, ainda, pesquisadores que não focam seus estudos em necessidades reais e latentes das empresas, tornando-os de pouca aplicação prática.
Este quadro acaba resultando em um desalinhamento de objetivos. A estrutura de pesquisa hoje do Estado não atende às demandas das empresas; por outro lado, as demandas não chegam aos centros de pesquisa, o que inviabiliza investimentos. Porém, acredita-se que a estrutura não seja o primeiro aspecto de discussão, mas sim as ações para diminuir esse gap.
A produção acadêmica deve fundamentar o desenvolvimento de alternativas tecnológicas (pesquisa e inovação) adaptadas às realidades das empresas e apoiar o desenvolvimento de sistemas de gestão. A tecnologia gerada no contexto da academia deve ser transferida de forma ágil às empresas para que desenvolvam produtos a serviço da sociedade.
A discussão de políticas públicas que estimulem a absorção de mestres e doutores nas organizações privadas; editais de pesquisas que fomentem a relação entre universidades e empresas, bem como investimentos por parte do setor privado em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) acima do que é atualmente praticado fazem parte de ações estratégicas para aproximação entre mercado e academia, que acabarão refletindo no processo de inovação.
Quebrando esse paradigma relacional podemos então iniciar a discussão sobre a estrutura e a necessária modernização dos centros de pesquisa.