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A Memória flash é o novo HD?

Vídeo | Reprodução/TV Globo
Vídeo (Foto: Reprodução/TV Globo)

Rio de Janeiro – Nos primeiros três meses deste ano, o mercado de memória flash cresceu 40%, um número considerado impressionante que, no entanto, apenas reflete uma mudança que a indústria de tecnologia tem promovido nos últimos anos. É cada vez maior o número de equipamentos deixando de usar disco rígido (HD) e adotando a memória flash. Dentre outras razões, pela última ser mais resistente, ter maiores taxas de transferência e pesarem muito menos.

Não à toa, um estudo realizado pela empresa de pesquisas iSuppli fez uma previsão que, caso se concretize, pode dar uma boa sacudida no mercado: segundo a consultoria, até 2009 nada menos que 50% dos notebooks estarão usando memória flash em vez de HDs tradicionais. "Ela é uma opção cada vez mais popular. Ainda existem benefícios na tecnologia dos HDs, como o custo por gigabyte, e a flash tem o desafio de aumentar sua densidade em termos de capacidade. Hoje, já temos cartões de até 8 GB com preço comercial aceitável", diz o diretor-geral da fabricante de memória Kingston, Jean-Pierre Cecillon.

A adoção cada vez mais abrangente da memória flash tem muito a ver, diz Cecillon, com o aquecimento do mercado de notebooks, cujas vendas crescem, atualmente, mais do que as de computadores de mesa. Com a penetração dos portáteis no mercado, a tendência é a criação de nichos como, por exemplo, dos usuários que aceitam abrir mão do disco rígido em troca de uma autonomia maior da bateria.

Se a memória flash é uma ameaça em potencial para os HDs velhos de guerra? Para o diretor da Kingston, não dá para esquecer a existência dos servidores e da necessidade que estes têm de terabytes de espaço para armazenamento – e não há sequer previsão de memória flash para grandes equipamentos. Isso sem falar do consumidor doméstico, que guarda cada vez mais arquivos, principalmente fotos digitais e vídeos. "Mas é claro que o mercado vai evoluir e a flash vai ganhar um status que hoje é só do HD. Vale lembrar que o custo do gigabyte para memória flash cai muito rápido, o que vai ajudar a difundir ainda mais o seu uso. Hoje, um consumidor encontra o dobro de memória que ele esperava pela metade do preço", diz Cecillon.

Um bom exemplo concreto do que o executivo está dizendo está no cartão Secure Digital (SD), hoje o mais comum – há outros ainda muito usados, como o Compact Flash, o XD-Picture e o Memory Stick (da Sony). No começo de 2006, um Secure Digital de 512 MB saía por algo em torno de R$ 150; hoje, compra-se um SD do mesmo tamanho por R$ 90.

A queda abrupta do preço da flash também foi causada pelo aumento na quantidade de fabricantes disputando o mercado, assim como a adoção cada vez maior deste tipo de memória em equipamentos como smartphones, palmtops, câmeras digitais e MP3 players.

Só para se ter uma idéia de quanto está caindo o preço da flash: em 2003, o custo por gigabyte armazenado em memória flash era cerca de 100 vezes maior do que em HDs. Até o fim de 2009, prevê a iSuppli, o custo por GB da flash será 14 vezes mais alto do que em disco rígido.

Preço menor, produto mais atraente. Mas será que vale a pena trocar o disco rígido do notebook por um cartão de memória? Em primeiro lugar, vale explicar que a memória flash nada mais é do que um chip reescrevível que, ao contrário da memória RAM, preserva o seu conteúdo sem a necessidade de fonte de alimentação externa (quando você desliga o micro, por exemplo, a RAM é apagada; já a flash e o HD, não).

Há que se considerar, explica ainda Cecillon, que a confiabilidade mecânica é maior numa memória sólida do que no HD – que se trata de um sistema que contém discos de metal recobertos por material magnético (onde os dados são gravados). Trocando em miúdos: a memória flash é menos sensível que o HD. Outro ponto fundamental: a velocidade de acesso às informações contidas dentro de unidades de memória flash é muito maior do que no disco rígido, e ainda consumindo menor quantidade de energia. Isso ocorre porque as memórias flash permitem a gravação e a leitura de dados aleatoriamente, sem que seja necessário "respeitar" uma ordem prévia. Já os HDs exigem que a cabeça de leitura esteja lendo constantemente os dados escritos antes da informação procurada. "A curto prazo, eu não vejo o desaparecimento do HD em função do flash. Mas que este vai tirar mercado do primeiro, provavelmente...", diz Cecillon.

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