Conhecido ele já era: a Microsoft vinha revelando em "pílulas" o que haveria de novo Windows Phone 7, sistema operacional para smartphones, desde fevereiro. Na semana passada ele foi revelado por inteiro, assim como os primeiros modelos a incluí-lo e a agenda de lançamento na quinta-feira o WP7 desembarca na Ásia e na Europa Ocidental, e em 8 de novembro estreia no mercado americano. Seus principais atrativos? Uma plataforma capaz de seduzir usuários que querem integração com outros dispositivos e a possibilidade de (finalmente) concorrer de igual para igual com o Apple iPhone.
De cara, nove aparelhos terão o novo Windows de mão instalado. O portfolio (um aparelho da Dell, dois da LG, dois da Samsung e quatro da taiwanesa HTC, a marca que mais apostou no sistema da MS desde a versão anterior, a 6.5) foi apresentado pelo presidente da Microsoft, Steve Ballmer, na segunda-feira passada. Por enquanto, não há previsão de lançamento de nenhum deles no Brasil.
O sistema operacional para portáteis ganhou uma aparência mais pop. Em gerações anteriores, a companhia apostou em designs que lembravam o Windows para desktops talvez para passar aos usuários a mesma confiabilidade de que a marca já desfrutava em outros ambientes. Nesse meio-tempo, concorrentes como a Apple e o Google trouxeram para os smartphones aplicações mais ligadas ao entretenimento, colocaram nas telas de abertura widgets personalizáveis e transformaram os aparelhos em ponto de partida para relacionar-se com as redes sociais. Com essa avalanche de novidades, o velho Windows ficou tão bem colocado quanto um boneco de neve estaria em uma praia carioca e a sua participação no mercado começou a derreter.
A "porta de entrada" do WP7 é uma tela que inclui ícones que levam aos hubs de atividades, divididas em áreas como "pessoas", "música e vídeo", "fotos", "games" e "Office" (além de "mensagens" e "telefone", aplicações ultrapassadas que os usuários teimam em usar de vez em quando). A área de pessoas, por exemplo, inclui os contatos de telefone, e-mail e as redes sociais, com destaque para os onipresentes Twitter e Facebook. Novas aplicações poderão ser baixadas a partir do Marketplace, um outro hub.
A integração com a rede Xbox Live é outra novidade, e vem chamando a atenção dos aficcionados por games. Essa integração vai permitir, por exemplo, que a pontuação obtida pelo usuário em joguinhos para celular seja incluída no escore da rede. E a empresa aposta na criação de bons títulos feitos especialmente para a plataforma móvel coisa que vem ocorrendo no caso do iPhone. A Electronic Arts foi uma das primeiras produtoras de jogos a anunciar o desenvolvimento para essa plataforma, e confirmou versões WP7 de Need dor Speed e The Sims 3. Uma lista de games que virão por aí inclui Flowerz, Guitar Hero 5 e Fast & Furious 7.
A força maior do WP7, entretanto, deve vir do escritório. Os aparelhos rodam com facilidade e eficiência arquivos do Office, tanto para exibição quanto para edição. Há ainda sincronização com os serviços Microsoft na nuvem e o suporte ao Outlook, o que deve fazer do Windows Phone 7 uma opção importante para executivos.
No Brasil, o sucesso da plataforma vai depender do fator de sempre: o preço. Até agora não foram divulgadas estimativas de quanto custarão os aparelhos quando forem lançados por aqui. Dadas as características dos aparelhos todos com processadores rápidos, como o Qualcomm Snapdragon de 1 gigahertz , eles devem chegar com preços semelhantes aos do iPhone 4. Ou seja: os smartphones mais baratinhos da Nokia e concorrentes rodando Android devem continuar dominando o mercado nacional.