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Tecnologia

A pequena ilha dos carros autônomos

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Phil Gawne, o ministro dos Transportes da Ilha de Man, trabalha 16 horas por dia em projetos em duas áreas radicalmente diferentes. Ele está tentando salvar os bondes puxados por cavalos, alguns fabricados em 1876. E, ao mesmo tempo, Gawne lidera um projeto para incentivar negócios de empresas que fabricam carros autônomos, sem volantes ou pedais.

Esta é a vida de um burocrata em uma das ilhas mais peculiares do mundo. A ilha –localizada entre a Irlanda e a Grã Bretanha – tem uma população de 90 mil pessoas e uma área do tamanho de uma cidade como Chicago,nos Estados Unidos. E diz ter o mais antigo parlamento do mundo, com mais de mil anos de existência.

Sua dependência econômica do turismo justifica a manutenção dos bondes em funcionamento. Carros autônomos também atrairiam visitantes, e a capacidade do pequeno governo de aprovar a entrada da nova tecnologia faria da ilha um destino atraente para empresas que estão desenvolvendo esses veículos.

“Gostamos de ser inovadores na ilha”, diz Gawn. “Também gostamos de ser independentes. Isso ajuda a mantermos nossa imagem e reputação no exterior.”

Segundo Gawne, o governo conversou com diversas empresas interessadas em levar carros autônomos para a ilha. Mudanças na legislação poderiam ser feitas até o meio do ano, um prazo curto se comparado à realidade de países maiores.

Para muitos, uma ilha pequena –longe da burocracia e das cidades congestionadas de países maiores – seria o lugar óbvio para os primeiros testes em larga escala de veículos completamente autônomos.

“Uma ilha pode abrigar testes que não seriam possíveis em uma cidade”, diz David Alexander, analista da Navigant Research. “No continente sempre haverá alguém que quer sair dos limites do teste e que, depois, vai querer demonstrar que esses veículos são na verdade inúteis.”

Além disso, ele avalia que pequenas ilhas independentes não conseguem custear sozinhas novos sistemas de transporte. Uma grande empresa com disposição para investir na infraestrutura local provavelmente encontraria um governo amigável.

O governo da Ilha de Man estabeleceu um grupo de trabalho para analisar a nova tecnologia e determinar quais leis precisam ser modificadas e quais incentivos atrairiam as empresas, como infraestrutura de escritórios e barracões. Esse esforço, que Gawne descreve como “bastante urgente”, será finalizado em um mês. Ele diz que as novas leis podem ser aprovadas em dois ou três meses – com grande apoio dentro do governo.

“Estamos animados. Vemos muitas vantagens em potencial para a ilha”, diz. “E isso também ajuda na nossa ­imagem.”

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