"Você pode ter sido vítima de falsificação de software. Esta cópia do Windows não é original e não tem direito a receber a gama completa de atualizações e suporte de produto da Microsoft. Clique em Obter Original para receber mais informações e solucionar este problema". A mensagem acima tem sido motivo de acaloradas discussões entre usuários de Windows. É que, depois de muitos anos tentando conscientizar os usuários da necessidade de usar sistema operacional original, a Microsoft resolveu partir para o ataque: instalou um programinha, chamado WGA (Windows Genuine Advantage, ou vantagens do Windows legítimo), que avisa aos usuários que o sistema em uso é pirata e, portanto, ilegal.
O WGA começa a enviar mensagens a partir do momento em que o usuário tenta transferir um arquivo do "Download Center" da MS ou atualizar seu Windows XP. A polêmica maior ficou em torno, entretanto, da forma como a MS fez a instalação: nos Estados Unidos, a empresa foi acusada de instalar um "programa espião" sem avisar. Pior: ela teria, segundo os autores dos processos, instalado o software divulgando que se tratava de uma atualização de segurança quando, na verdade, a intenção era "capturar" informações do sistema sem o consentimento dos usuários.
A Microsoft foi obrigada, assim, a mudar algumas características originais do WGA e passou a avisar que o usuário tinha o direito de removê-la. Desde que, claro, ele tivesse claro que, a partir de então, estaria sob sua própria conta e risco: "Uma boa parte das pessoas compra o micro e não sabe se está usando o sistema original. Muitas vezes o usuário nem pergunta se é original ou não, simplesmente vê o Windows como algo que vem na máquina e com a qual não precisa se preocupar", diz Alexandre Leite, diretor da divisão Windows Client da Microsoft Brasil.
Segundo Leite, a Microsoft testou à exaustão o programa para que não ocorressem casos de "falsos negativos", quer dizer, um usuário de cópia original receber a notificação de cópia ilegal. "Caso aconteça o problema, no entanto, existem as orientações no site. Neste caso, o usuário nos manda uma prova de compra do software, fala o número da licença e não tem mais problemas", diz.
Barreiras
Os problemas aos quais Leite se refere são a impossibilidade, por exemplo, de baixar atualizações e patches de segurança do Windows, a não ser as atualizações críticas, que serão baixadas através do sistema de atualização automática. Ou seja, quem decide usar cópia pirata não vai sofrer sanções legais, mas não vai poder baixar nada que venha da Microsoft. "Há muitos anos estamos tentando educar os usuários, mas ainda existe um problema muito grave de conscientização em relação à propriedade intelectual", lembra.
Ele está certo. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), o índice, em maio, era de 64%, contra 25% nos EUA, por exemplo. Ainda é alto, mas, segundo Jorge Sukarie, presidente da Abes, a associação comemora o fato de o número ter se mantido estável entre 2004 e 2005, mesmo com um crescimento de 24% no mercado de software. "A primeira impressão é ruim porque queríamos reduzir o índice, mas por outro lado o mercado cresceu 24% e existiria uma tendência de perdermos o controle da pirataria, o que não aconteceu. Além disso, a participação do mercado cinza caiu de 75% para 65%, o que é muito bom", diz Sukarie.
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