Rio de Janeiro O Joost (www.joost.com), programa desenvolvido pela mesma dupla criadora do Kazaa e do Skype, finalmente começou a ficar disponível na internet. A versão atual é beta, para testes, e é preciso um convite para poder acessá-la, mas, em se tratando da maior novidade do ano na web, qualquer passo em direção ao lançamento oficial deve ser comemorado. Como o sueco Niklas Zennström e o dinamarquês Janus Friis foram responsáveis pelo nascimento de um dos mais revolucionários programas de compartilhamento de arquivos e do software de voz sobre IP mais usado no mundo, é grande a expectativa em torno desse terceiro "filho". O programa, que exige download, é uma nova forma de assistir à TV sob demanda, na qual o usuário monta sua grade de canais e pode zapear usando apenas um controle virtual.
A versão final do Joost deve ficar pronta até julho, mas já é possível adiantar algumas das novidades que serão implementadas pelos criadores. Assim que faz o download do programa, o usuário decide se vai assistir aos canais em tela cheia (full screen) ou em uma janelinha menor. Aqui entra um detalhe primordial para uma experiência mais confortável: o programa não é pesado (tem 10 MB) e não se leva muito tempo para baixá-lo. Mas, para rodar bem, o software exige banda larga. Aliás, quanto mais velocidade na conexão, melhor. Com menos de 1 Mbps, por exemplo, pode haver delays ou travamentos.
A tela principal é composta de três elementos: no botão "My Joost", localizado à direita, pode-se configurar as preferências de visualização, convidar amigos e participar de chats em tempo real com outros usuários do Joost. Um outro botão, à esquerda, chamado "My Channels" (Meus Canais), reúne a lista de canais montada pelo próprio usuário. Caso não deseje montá-la, é possível navegar seguindo as dicas do próprio Joost, usando o terceiro botão, o principal, que fica na parte inferior da tela. É lá também que o usuário vai comandar os canais. Selecionando a setinha para a direita, passa-se para o próximo canal; com a esquerda, volta-se. Há ainda um ajuste de volume.
No botão principal, é possível fazer uma busca por assunto. Por enquanto, são apenas 25 canais, mas o Joost vai aos poucos oferecer mais opções. Inclusive de canais veiculando conteúdo brasileiro. "O mercado audiovisual latino-americano tem produzido muito. Para o Joost, o Brasil é estratégico porque 8% dos usuários do Skype são brasileiros, número igual ao dos chineses usando o programa", diz Sabrina Nudeliman, fundadora e diretora geral da Elo, empresa de distribuição de conteúdo latino-americano que já é parceira do Joost.
Musical
Através da Elo, a gravadora/selo Trama já fincou a bandeira brasileira no novo terreno. Entrou no ar, no fim de semana, o canal "Brazilian Music", com clipes de artistas nacionais pertencentes, num primeiro momento, ao catálogo da Trama. A idéia, segundo André Szajman, presidente da gravadora, é formar parcerias com outras empresas nacionais de conteúdo audiovisual para aumentar o leque de opções. "Acredito muito no sucesso do serviço, até pelo histórico de seus criadores, que revolucionaram a indústria da música [com o Kazaa] e da telefonia [com o Skype]. Agora, eles têm tudo para revolucionar também a indústria da TV", diz Szajman.
Para garantir o interesse do internauta pelo serviço, o Joost está baseando sua estratégia comercial na publicidade, ou seja, não pretende cobrar pelo conteúdo. Antes de assistir a um clipe, por exemplo, o usuário do programa assistiria a um pequeno comercial, como já acontece nas telas dos cinemas.
Uma briga que se pode avistar no horizonte é do Joost com o YouTube, controlado pelo Google. Mas em primeiro lugar há que se diferenciar os dois serviços: no YouTube, há milhares de vídeos amadores e separar o joio do trigo é tarefa de quem o acessa. A proposta do Joost é oferecer canais profissionais e, dentro destes, os vídeos relativos à categoria que se deseja acessar. Quem procurar por "música brasileira", por exemplo, será encaminhado para o canal da Trama.
"Acreditamos que o Joost vai mudar a forma como a mídia é vista. Se vai competir com a TV tradicional? Na minha opinião, são públicos diferentes. Ele não vai matar a TV aberta porque é uma nova janela, e não vai substituí-la. Mas o impacto vai ser grande no mercado de TV por assinatura, principalmente no modelo pay-per-view", diz Sabrina.
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