Mesmo que você não seja aficionado por novas tecnologias, já deve ter ouvido algo sobre a tevê digital, o sistema de transmissão que vem sendo implantado no Brasil desde o fim do ano passado e que gradativamente se tornará a "nova forma" da televisão nacional. Os moradores de Curitiba e região metropolitana serão apresentados à tevê digital aberta a partir das 19 horas desta quarta-feira. Será nesse momento que a RPC-TV vai iniciar oficialmente a transmissão no novo sistema.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, assina, às 17 horas, o termo de consignação para o canal RPC-TV Digital. Com isso, a emissora será a primeira do Sul do país a oferecer imagens em HDTV (High-definition television) através do canal 41 da freqüência UHF. O primeiro programa a que os curitibanos poderão assistir nesse formato será o capítulo de hoje da novela "A Favorita", às 21 horas. No Brasil, o sinal está atualmente disponível também para a Grande São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia
Revolução
A televisão, meio de comunicação que está completando quase 60 anos no Brasil, terá nas imagens em alta definição um avanço de maior impacto do que o ocorrido quando, nos anos 1970, os brasileiros substituíram os velhos aparelhos em preto-e-branco e passaram a conviver com as imagens coloridas. "Estamos falando de uma nova mídia. Não é mais só imagem e som. Teremos recursos que possibilitarão interatividade", declara o engenheiro eletrônico José Raimundo Cristóvam Nascimento, presidente da Comissão de TV Digital da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telecom).
As principais vantagens da tevê digital são a alta definição, interatividade e mobilidade. Traduzindo: a alta definição significa maior resolução de imagem e mais canais de áudio; a interatividade significa que o espectador poderá interagir com a programação; e a mobilidade significa poder levar isso para qualquer lugar, com uma tevê portátil ou um telefone celular, por exemplo.
Nascimento diz que a interatividade e a mobilidade mudarão a forma de o usuário assistir televisão. "A interatividade deve se consolidar dentro de oito meses. A partir daí entraremos em um segundo estágio da tevê digital."
Adaptação
Para usufruir da novidade, o telespectador precisa adaptar seu televisor acoplando um conversor (set-top box). Esse aparelho será o responsável por captar o sinal digital que chegará à antena e transformá-lo em um sinal que o aparelho de tevê analógico consegue processar. Mesmo os usuários de tevê a cabo precisarão do conversor para captar o sinal digital da tevê aberta.
Os conversores podem ser encontrados nas lojas das redes varejistas e nas especializadas em áudio e vídeo. O preço varia entre R$ 299 e R$ 999. Outro item indispensável para a recepção do sinal digital é a antena do tipo UHF. Ela é necessária porque os canais digitais de tevê aberta no Brasil funcionarão nesta freqüência.
A transmissão analógica não será abandonada imediatamente. O modelo de transição brasileiro exige que as emissoras usem um segundo canal para transmitir digitalmente. No caso da RPC-TV, este canal digital será o 41. Os canais da freqüência VHF como o canal 12 continuarão operando até que a grande maioria da população tenha aderido ao novo sistema. A previsão do ministério das Comunicações é que até 2016 toda a transmissão seja digital.