Em meio a um processo de venda e sem saber exatamente o que a espera em 2013, a GVT tenta focar suas atenções nas operações do dia a dia. A meta da empresa é dobrar de tamanho até 2016, um crescimento que só será possível com a entrada no maior mercado brasileiro a partir do segundo semestre de 2013. A companhia começa a operar em São Paulo com planos para o consumidor final antes, a presença era restrita ao mercado corporativo.
O presidente da empresa, Amos Genish, inclusive trocou Curitiba pela capital paulista, e foi seguido pelo vice-presidente da área comercial. O resto das operações continua aqui. A empresa nega uma mudança completa de quadros para São Paulo, mas a migração não seria estranha. É raro o caso de empresas em que CEO fica longe de seus principais diretores.
Em entrevistas à imprensa, Genish tem evitado discutir a questão da venda. À Gazeta do Povo, o vice-presidente de marketing da GVT, Marco Lopes, disse que toda a negociação está sendo tocada pela Vivendi, o grupo francês que controla a operadora. Além da venda dos seus ativos, que estariam sendo disputados por quatro grupos, a empresa também analisa a possibilidade de voltar a abrir capital para levantar recursos.
A GVT tem hoje 16,4 mil empregados, dos quais 9,3 mil estão no Paraná. Foi um crescimento rápido nos últimos dois anos a empresa fechou 2010 com pouco mais de 7 mil empregados. Um dos motivos para o alto número de funcionário é o call-center próprio, que emprega mais de 4 mil.
Presente em 132 cidades no país, 32 delas no Paraná, a companhia prevê a chegada a outras 13 cidades em 2013 além de São Paulo. Na estratégia de crescimento, a entrada em novos mercados está aliada a uma aposta em melhorar os serviços de televisão e banda larga. A GVT TV, lançada em janeiro, vai terminar o ano com 400 mil clientes. "De cada dez novos clientes de tevê paga, a GVT ficou com três", diz Lopes, referindo-se apenas às cidades de atuação da companhia.
Os planos de banda larga também devem ganhar uma atualização para o ano que vem. O mercado residencial, responsável por 80% do faturamento da empresa, poderá contratar planos de 150 megabits hoje, o plano com maior velocidade é o de 100 megabits. Outra novidade é a possível entrada no mercado de celular, via MVNO, mas só para 2014. As MVNOs são as chamadas operadoras virtuais quando uma empresa usa a infraestrutura de chamadas de uma operadora celular para vender serviços com sua marca. "Já temos uma estrutura de banda larga e telefonia, seria apenas mais um passo agregar mais um serviço, como a telefonia celular. É um passo bastante natural do ponto de vista de estratégia e infraestrutura básica. Estamos analisando isso sob a ótica da nova regulamentação MVNO. Não temos um plano de construção de rede celular própria", afirma Lopes.
*Correção 17 de dezembro, 2012
Uma versão anterior da matéria afirmava que a GVT vai começar a operar em São Paulo a partir de janeiro. O correto é o segundo semestre de 2013.