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A vez dos mais abastados

Shopping em Ponta Grossa: na cidade, o topo da pirâmide terá mais 7 mil famílias até 2020 | Josué Teixeira/Gazeta do Povo
Shopping em Ponta Grossa: na cidade, o topo da pirâmide terá mais 7 mil famílias até 2020 (Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo)

Quase quatro milhões de famílias vão engrossar as classes A e B entre 2010 e 2020 e comandar uma nova onda de consumo no país. Metade desses domicílios ricos e de classe média estará em cidades do interior, com até 500 mil habitantes, segundo estudo da consultoria Boston Consulting Group (BCG).

Embora a classe C deva continuar crescendo em ritmo forte, com a ascensão de 5,3 milhões de famílias, são os gastos do topo da pirâmide que darão fôlego ao consumo nos próximos anos. Em 2020, os gastos das famílias brasileiras devem chegar a R$ 3,2 trilhões, e as classes A e B vão responder por R$ 1,3 trilhão desse total – valor equivalente a um quarto do PIB brasileiro em 2012.

Nos anos 2000, as famílias A e B representavam 8,3% do total de domicílios do país. Esse porcentual avançou para 11,7% em 2010 e deve chegar a 14,8% em 2020, quando 10,2 milhões de lares serão habitados por pessoas ricas e da classe média.

Rumo ao interior

As empresas terão de estar atentas ao novo perfil de consumo dos brasileiros que estão mudando de classes e olhar com carinho para o interior, onde uma fatia de famílias abastadas está sofisticando seus hábitos de consumo.

Cascavel e Ponta Grossa são as cidades paranaenses que mais vão ganhar famílias da classe A e B até 2020, segundo o levantamento do BCG. Em cada uma, 7 mil famílias devem ascender às classes A e B, que somarão 21 mil pessoas na cidade do Oeste e 19 mil na dos Campos Gerais.

Em 2000, 249 cidades concentravam 75% dos consumidores ricos e de classe média do país. Hoje esse porcentual está pulverizado em 345 cidades, número que deve chegar a 405 em 2020. "Cidades com menos de 500 mil pessoas serão responsáveis por cerca de dois terços do consumo incremental", conclui o levantamento.

Um dos fatores que vai puxar o crescimento das classes A e B em cidades do interior está associado ao aumento dos profissionais vindos dos grandes centros urbanos para trabalhar em empresas familiares que estão se profissionalizando ou companhias que estão abrindo filiais nessas cidades, principalmente em áreas ligadas ao agronegócio e ao varejo.

Os salários são tão bons quantos nos grandes centros, e em muitos casos podem ser até mais atraentes, diz o gerente da Michael Page em Curitiba, Leandro Muniz. "No interior, esses profissionais encontram um custo de vida menor, e sobra mais dinheiro para gastar."

Como contrapartida, as cidades precisam oferecer opções de serviços e lazer, além de estrutura imobiliária, o que gera uma reação em cadeia e movimenta esses mercados locais.

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