A Amazon revelou cerca de 70 novos dispositivos e recursos para sua linha de produtos Alexa, em sua sede em Seattle, Estados Unidos, nesta quinta-feira (20). Como um catálogo de loja de departamentos turbinado, a Amazon colocou a Alexa, sua inteligência artificial na forma de uma assistente de voz interativa, em um micro-ondas, um relógio de parede, um plugue de parede, carros e muito mais. Nenhum deles estão disponível no Brasil.
Os novos aparelhos se conectam via Internet, aceitam comandos de voz — e tornam a gigante do varejo online ainda mais presente nas casas dos seus consumidores. A pergunta é: as famílias verão esses dispositivos conectados como conveniências, novas complicações ou espiões?
O objetivo da Amazon é afirmar a liderança sobre Google e Apple no ainda nascente mercado de tecnologia de casa conectada, ou casa inteligente, com aparelhos do dia a dia conectados à internet para automatizar operações e reunir todos os tipos de dados em nossas vidas. A vantagem para os consumidores é que os aparelhos conectados podem trabalhar juntos e serem mais simples de operar via voz. Pelo menos, em tese.
LEIA TAMBÉM: BC facilita transferência de dinheiro enviado do exterior por parentes e amigos
Por exemplo, o novo relógio de parede Echo, da Amazon (US$ 30), mostra uma representação visual de temporizadores definidos via Alexa e atualiza automaticamente seus ponteiros analógicos para o horário de verão. O novo Amazon Smart Plug (US$ 25) permite que você ligue ou desligue luzes, máquinas de café e outros dispositivos analógicos por meio de comandos de voz ou rotinas automatizadas.
Muitos dos esforços da Amazon estão concentrados na cozinha, onde os comandos de voz podem ser mais úteis e as telas são um aborrecimento para as mãos sujas no preparo de alimentos. O micro-ondas AmazonBasics (US$ 60) recebe comandos de voz para cozinhar ou aquecer coisas que poderiam ser complicadas. Em uma demonstração, pedi à Alexa para cozinhar uma batata e o micro-ondas ligou por 6 minutos e 34 segundos. (Eu ainda tive que colocar a batata no forno.)
O lado positivo: não precisei procurar por quanto tempo o micro-ondas deve ficar ligado para cozinhar uma batata. A desvantagem: a Amazon agora terá um registro de cada vez que uma família com esse micro-ondas cozinha uma batata. E Alexa não entendeu quando eu disse “cozinhe a batata” — em vez disso, eu tive que dizer “Microondas uma batata”. (Um representante da empresa disse que foi um defeito que seria corrigido antes de o produto ser lançado, ainda este ano.)
A Amazon está montando o palco, talvez, para a tecnologia simplificar a preparação do jantar com ingredientes comprados da Amazon, que adquiriu a Whole Foods em 2017. Em outra demonstração, a empresa mostrou como a nova versão do Echo Show (US$ 230), um alto-falante com tela, pode guiá-lo pelas etapas — como um viva-voz — para preparar uma receita que a Amazon vende na forma de kit. Um micro-ondas ou forno que sabe exatamente quando e como cozinhar diferentes partes de sua refeição pode não estar longe de ser realidade.
Os esforços da Amazon para simplificar coisas complexas com comandos de voz nem sempre deram certo. O Fire TV Cube, uma caixa de streaming que começou a ser vendida no início deste ano, prometia, em parte, substituir um complicado controle remoto pela Alexa. Mas, nos meus testes, a Alexa não estava totalmente à altura da tarefa.
Nem todos os novos dispositivos da Amazon possuem seus próprios microfones. Em vez disso, você os comanda por meio de um alto-falante Echo. A Amazon revelou novas versões desses também. Um redesenho de seu alto-falante Echo Dot, em forma de disco de hóquei (US$ 50), pareceu ser significativamente mais alto em uma demonstração. Há também um novo subwoofer Echo (US$ 130) que é emparelhado com outros alto-falantes Echo, o que pode ser uma ameaça a outras empresas especializadas em alto-falantes conectados, como a Sonos.
Um novo dispositivo chamado Echo Auto, disponível por enquanto apenas por convite, acrescenta os recursos falantes da Alexa a carros. Ele se conecta à internet por meio de um telefone próximo e permite que a Alexa faça coisas como dar instruções que exigem o conhecimento de sua localização.
Uma ausência notável
Houve uma ausência notável em meio aos anúncios da Amazon e se gabando da crescente inteligência da Alexa: qualquer debate sobre privacidade e segurança. A Amazon tem botões em todos os seus dispositivos Echo que cortam a capacidade de gravação de seus microfones. Mas, no início deste ano, a Amazon sofreu um arranhão em sua imagem quando uma família flagrou um de seus alto-falantes gravando suas conversas e enviando os áudios para um amigo. A Amazon disse que o incidente foi um mal-entendido aleatório por parte da Alexa.
O objetivo da Amazon não é apenas vender seus próprios dispositivos habilitados para Alexa, mas também embuti-los em outros dispositivos, de termostatos a privadas de banheiros. (Sim.) O que a Amazon está fazendo para garantir que todos os outros dispositivos gerenciem nossos dados adequadamente?
A estratégia da Amazon para a temporada de compras de fim de ano coloca a ênfase nos preços baixos e nas novas reviravoltas nos itens do dia a dia. Isso é diferente de rivais como Apple e Samsung, que revelaram novos smartphones, tablets e smartwatches sutilmente aprimorados — e caros.
LEIA TAMBÉM: O iPhone deixou de ser um smartphone caro para ser coisa de gente rica
Mas no competitivo mercado de alto-falantes inteligentes que a Amazon criou, a gigante do varejo tem se atrasado. De acordo com a empresa de pesquisa Strategy Analytics, o Google Home Mini foi o alto-falante inteligente mais vendido do mundo no segundo trimestre, seguido de perto pelo Echo Dot. Espera-se que o Google revele seus novos produtos em um evento no dia 9 de outubro.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast