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Bebidas

AB InBev eleva oferta pela SABMiller para US$ 104 bilhões

 | Tom Parker/Divulgação

Um dia depois de circular a notícia de que a SABMiller teria recusado sua oferta por ser muito baixa, a AB InBev, maior cervejaria do mundo, ampliou seu lance de compra pela concorrente nesta quarta-feira (7), oferecendo mais de 68 bilhões de libras (US$ 104 bilhões), com o objetivo de ampliar seu alcance na África e em outros mercados, em especial a China. A oferta anterior era de US$ 98,6 bilhões.

A companhia disse em comunicado que pagará 42,15 libras em dinheiro pela ação da SABMiller, já tendo feito duas ofertas anteriores de 38 e 40 libras. Segundo informações publicadas na terça-feira, acionistas da concorrente pedem 45 libras por ação.

A AB InBEv disse acreditar que a oferta será atrativa para os acionistas da SABMiller, acrescentando ter ficado decepcionada com o fato de o Conselho da empresa com sede no Reino Unido ter rejeitado as duas ofertas anteriores.

Como resposta, a SABMiller disse que seu Conselho se reunirá para considerar a mais nova proposta o mais rápido possível, mas disse ter notado que a oferta em dinheiro é apenas 15 centavos de libra por ação mais alta que a proposta informal de 42 libras feita e rejeitada em uma reunião na segunda-feira.

O presidente do Conselho da SABMiller, Jan du Plessis, descreveu sua companhia como “a joia da coroa da indústria de cervejas global”.

“A AB InBev precisa da SABMiller, mas fez propostas oportunstas e altamente condicionais, elementos que foram deliberadamente considerados como não atrativos por muitos de nossos acionistas. A AB InBev está substancialmente subvalorizando a SABMiller”, disse.

Empresas

A SABMiller detém marcas como Peroni e Grolsh. Já a AB InBev é dona de marcas como Budweiser e Stella Artois e tem os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira entre os seus principais acionistas.

Caso se concretizasse, a fusão criaria uma empresa de US$ 265 bilhões que responderia por uma em cada três garrafas de cerveja produzidas no planeta. Seria também uma das maiores tomadas de controle acionário da história, e a maior em um ano que já vem sendo o mais forte em termos de transações de grande valor desde 2007.

O negócio, porém, certamente enfrentaria questões com as autoridades regulatórias, especialmente nos mercados americano e chinês. O Departamento da Justiça dos EUA poderia obrigar a SAB a vender sua participação na MillerCoors, nos EUA, e o novo grupo teria que abrir mão dos 49% da SAB em uma associação que opera na China.

Outro complicador é que a SABMiller é a maior engarrafadora da Coca-Cola no mundo, enquanto a AB InBev tem acordos com a rival PepsiCo.

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