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Fusão

Abilio Diniz tentará convencer Casino sobre Carrefour, diz jornal

O presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, Abilio Diniz, defendeu o movimento para unir as operações da varejista às do Carrefour no Brasil e disse que buscará convencer o grupo francês Casino a apoiar o negócio.

Diniz afirmou ao jornal francês Le Figaro nesta quarta-feira que não violou o acordo de acionistas que possui com o Casino e que tem o direito de manter negociações com quem ele quiser.

O Casino, com quem o empresário divide o controle do Pão de Açúcar, está combatendo a operação e afirmou na terça-feira estar confiante de que sairá vitorioso na Justiça. O grupo varejista também acusou o Carrefour de ter adotado comportamento hostil.

"É um projeto em que todos saem ganhando, os acionistas brasileiros do Pão de Açúcar, os dos Carrefour e os do Casino", disse Diniz ao Le Figaro. "O potencial de crescimento do Casino na França é limitado, enquanto o Brasil é muito significativo. Tenho muita admiração pelo Carrefour, o que me motivou para o Pão de Açúcar".

O Casino, que acusa Diniz de ter negociado a fusão com o Carrefour às escondidas, arquivou dois pedidos de arbitragem internacional contra o empresário.

Diniz e Casino detêm, cada um, 50 por cento do poder de voto na Wilkes, holding criada para controlar 66 por cento do Pão de Açúcar. O conselho da Wilkes deve se reunir em 2 de agosto para discutir os planos de fusão.

O empresário acrescentou que o presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, estava "perfeitamente ciente" de que ele estava interessado no Carrefour.

"Não acredito que Jean-Charles se oponha a este plano, que é positivo para todos", afirmou ele. "Ele olhará todos os termos, para ele, para o Casino e para o Pão de Açúcar. Minha intenção é conversar com ele e convencê-lo".

Diniz disse ainda que há argumentos financeiros a favor da fusão com o Carrefour no Brasil.

A margem operacional do Pão de Açúcar é superior a 7 por cento, enquanto a do Carrefour Brasil está abaixo de 1 por cento, segundo o empresário.

"Se podemos levar o Carrefour ao mesmo nível do Pão de Açúcar, as perspectivas de aumento de lucro são muito fortes", afirmou. "Os ganhos serão elevados ainda mais com as sinergias que essa união pode criar. O risco é limitado em termos de concorrência", acrescentou.

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