O setor de máquinas e equipamentos voltou a pedir hoje (29) que o governo adote medidas contra a forte entrada de produtos importados. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, a alta importação, a que ele chama de "invasão", já está gerando desindustrialização e desnacionalização no setor.
"Estamos passando por um processo de desindustrialização e desnacionalização muito rápido. Temos que tomar uma atitude emergencial. Não é proteção, é defesa comercial", disse.
Segundo dados da entidade, de janeiro a agosto deste ano, o país importou US$ 15,5 bilhões em máquinas e equipamento, 27,7% a mais que no mesmo período do ano passado. Os Estados Unidos, a Alemanha e a China são os principais mercados do setor importador brasileiro.
"Várias empresas do nosso setor, como não conseguem mais competir com os chineses, estão se aliando a eles. Estão trazendo as máquinas prontas, e os componentes, da China e vendendo aqui", explicou. "O faturamento do setor está se mantendo em função disso, da importação e da revenda no Brasil. Mas esse é o processo de desindustrialização que a gente fala", completou.
O presidente da Abimaq afirmou ainda que irá se reunir na próxima semana com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir o aumento da alíquota de importação de máquinas e equipamento. Hoje, o imposto é de 14% e os empresários querem que seja aumentado para 35%.
O setor faturou R$ 46,8 bilhões entre janeiro e agosto, 12,8% a mais do que o acumulado no mesmo período de 2009, quando o faturamento atingiu R$ 41,5 bilhões. No entanto, se o resultado de janeiro a agosto deste ano for comparado ao do mesmo período de 2008, quando os primeiros efeitos da crise econômica mundial ainda não eram sentidos no Brasil, a retração foi de 11,8%.
No mês de agosto deste ano, o setor faturou R$ 6,2 bilhões, aumento de 1,9% em relação ao registrado em julho. Na comparação com agosto do ano passado, crescimento foi de 0,87%. Os números foram divulgados hoje pela Abimaq.