O faturamento da indústria eletroeletrônica deve crescer 4% em 2009, na comparação com 2008, para R$ 128,56 bilhões. Ainda que a variação esteja aquém dos 10% de alta verificados no ano passado, a Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee) diz, em estudo, considerar a projeção otimista, caso seja levada em conta a gravidade da crise econômica global.
Um dos estímulos à indústria virá do setor de infraestrutura de telecomunicações, que se fia na promessa das operadoras de manter os investimentos em expansão da rede de internet em alta velocidade (banda larga) e na telefonia de terceira geração (3G).
Além disso, segundo a Abinee, espera-se que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal dê fôlego a determinadas áreas de energia elétrica, da indústria do petróleo e gás e da construção civil. No caso de geração, transmissão e distribuição (GTD), os negócios deverão ser estimulados pela continuidade dos leilões de energia e de linhas de transmissão. A área de distribuição deve se beneficiar da retomada e ampliação do Programa Luz para Todos, do governo federal, acredita a associação.
Por outro lado, o desempenho dos setores ligados ao consumo e investimentos industriais ficará refém da normalização do crédito, tanto no mercado interno como no internacional, e da retomada dos empreendimentos industriais que seguraram seus investimentos.
Balança comercial
Apesar do ganho de competitividade da indústria brasileira com a desvalorização do real, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos devem ficar 7% menores em 2009, saindo de US$ 9,89 bilhões no ano passado para US$ 9,2 bilhões. Como justificativa, a Abinee enfatiza que o mercado mundial dever ser retraído e, certamente, haver um aumento na concorrência no mercado onde a indústria elétrica e eletrônica atua, principalmente América Latina.
Em contrapartida, a alta do dólar deve incentivar a produção local e provocar uma queda de 13% nas importações, que em 2009 deverão totalizar US$ 28 bilhões. Com isso, o saldo da balança comercial de eletroeletrônicos deve ficar no vermelho em US$ 18 8 bilhões, mas menor que os US$ 22,142 bilhões de 2008.
Já a força de trabalho deve manter-se estável neste ano em 162 mil empregados.
2008
Além das perspectivas para 2009, a Abinee divulgou hoje o balanço consolidado de 2008, ano em que a indústria faturou R$ 123,1 bilhões (alta de 10% sobre 2007). Considerando que ocorreu deflação de 1,3% nos preços do setor, houve alta real de 11,5% nas vendas.
Em 2008, os setores com taxas positivas foram de telecomunicações (23%) e equipamentos industriais (18%), seguidos dos segmentos de GTD e Informática, ambos com 12%, automação industrial (11%) e material elétrico de instalação (9%).
Tiveram taxas negativas os faturamentos das áreas de componentes elétricos e eletrônicos (-6%) e de utilidades domésticas (-7%).
Em razão da crise, a indústria fechou 3,2 mil vagas no quarto trimestre do ano passado, terminando o exercício de 2008 com um contingente de 161,9 mil funcionários. O número maior que os 156 1 mil funcionários ativos em 2007, mas fica abaixo da expectativa traçada anteriormente para 2008, que era de atingir 165,5 mil trabalhadores.
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