O governo dos Estados Unidos publicou nesta terça medida que libera a importação de carne suína de Santa Catarina. A informação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. Ele explicou que o anúncio ajuda a dar credibilidade para a sanidade animal no Brasil e em Santa Catarina, em particular, "podendo acelerar o processo de abertura de importantes mercados na Ásia, como Coreia do Sul."
Camargo Neto informou que a partir de agora terá início um processo de habilitação dos frigoríficos de Santa Catarina aptos a exportarem para os EUA. Os embarques, no entanto, só devem começar no ano que vem. O presidente da Abipecs estima que os EUA não deverão comprar grandes volumes, mas ressaltou a importância de o Brasil ter perspectiva de abrir outros mercados.
Segundo ele, em 2011 os norte-americanos poderão importar cerca de 10 mil toneladas de carne suína de Santa Catarina. Em dois ou três anos, esse volume pode alcançar 40 mil toneladas por ano, principalmente de cortes, como costela, e derivados, como bacon. O embarque de carcaça é mais complicado por causa de custos, como o de frete, reduzindo a competitividade do produto nacional.
Santa Catarina obteve certificado de Estado livre de febre aftosa sem vacinação na Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) em 2007 e, logo depois, o processo de permissão da exportação para os Estados Unidos foi iniciado. No entanto, apenas este ano a possibilidade de vender para aquele mercado se concretizou, em virtude do contencioso do algodão na Organização Mundial de Comércio (OMC). Isso porque a abertura do mercado norte-americano à carne suína de Santa Catarina foi incluída no conjunto do acordo firmado entre os dois países, pelo qual o governo brasileiro se comprometeu a não realizar retaliação comercial a produtos e serviços norte-americanos, depois da vitória brasileira na OMC.