O banco holandês ABN Amro retirou formalmente sua recomendação em favor da oferta feita pelo Barclays, mas deixou claro que ainda está inclinado a apoiar a proposta do banco britânico em relação ao valor maior oferecido pelo consórcio liderado pelo Royal Bank of Scotland.
O maior banco da Holanda, alvo de uma oferta de 64 bilhões de euros (87,4 bilhões de dólares) feita pelo Barclays e de proposta de 70,6 bilhões de euros do consórcio formado pelo RBS, Fortis e Santander, também divulgou queda de 7,1 por cento no lucro líquido do segundo trimestre.
O ABN originalmente apoiava a oferta do Barclays quando anunciou sua fusão em abril, em um acordo amigável que manteria o banco holandês praticamente intacto e a sede do grupo combinado em Amsterdã.
Mas a instituição retirou sua recomendação, mesmo depois do Barclays ter melhorado na semana passada sua oferta composta toda em ações para incluir uma parcela em dinheiro.
Apesar disso, o ABN não passou a apoiar a oferta do grupo liderado pelo RBS, formada quase que toda por dinheiro, afirmando que o Fortis enfrenta desafio em obter os recursos necessários para bancar sua parcela na aquisição do banco holandês.
"Continuamos a apoiar a oferta do Barclays porque sentimos que o plano de fusão do Barclays será em benefício de todos os acionistas", disse o presidente-executivo do ABN, Rijkman Groenink à jornalistas. Ele acrescentou, entretanto, que o ABN assumiu posição formal neutra na batalha.
"A oferta do consórcio é incerta. A reunião dos acionistas do Fortis precisa aprovar uma emissão de ações", disse o executivo do ABN.
Os acionistas do Fortis devem decidir o assunto em reunião marcada para a próxima semana, 6 de agosto.
O Barclays, por sua vez, informou que continuará com sua proposta. "Estamos confiantes que nossa oferta revisada entregará valor, benefícios ao acionista e certeza que permitirá os conselhos de administração apoiarem uma recomendação futura", disse o presidente-executivo do Barclays, John Varley, em comunicado.
Pelas regras de aquisições, o ABN ainda pode fazer uma nova recomendação, mas não é obrigado a fazer isso.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast