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Abraciclo diz que indústria de motocicletas pode “ajustar” empregos

A indústria de motos chegou a ter 20,5 mil funcionários em 2011, mas a força de trabalho do setor caiu para 17,8 mil | Marco Martins/Gazeta do Povo
A indústria de motos chegou a ter 20,5 mil funcionários em 2011, mas a força de trabalho do setor caiu para 17,8 mil (Foto: Marco Martins/Gazeta do Povo)

O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian, considera “óbvio” que a indústria de motocicletas faça ajustes no quadro funcional, após a queda de 12,6% na produção e de 10,6% nas vendas internas no primeiro trimestre de 2015 ante o de 2014. A avaliação leva em conta ainda a perspectiva de 6,8% de recuo na fabricação e de 4,5% nas vendas de motos entre 2014 e 2015.

“Até agora não há movimento em massa de demissões, mas coube a cada uma das associadas avaliar como será processo natural de reposição de funcionários, que talvez não aconteça para algumas marcas. Ao longo do ano, é óbvio que vamos acabar diminuindo, mas sem cortes sistemáticos”, disse Fermanian.

A indústria de motos chegou a ter 20,5 mil funcionários em 2011, mas a força de trabalho do setor caiu para 17,8 mil e se mantém nesse nível desde o final do ano passado.

Fermanian minimizou o desempenho do setor no mês de março, com altas de 32,7% nas vendas ante fevereiro e de 11% sobre março de 2014, para 130.962 unidades comercializadas no varejo. Ele avaliou que o fato de o período de carnaval ter caído em fevereiro deste ano e em março do ano passado distorce a comparação feita com as vendas no mês passado, sem feriados e com 22 dias úteis.

Incerteza

O presidente da Abraciclo considerou ainda que as revisões para baixo nas estimativas de produção e de vendas para 2015 ocorreram em um momento de incertezas econômicas, com restrição de crédito e da própria demanda.

“A expectativa ainda é de crédito estável, embora os juros tenham subido, assim como o nível de renda exigido pelos bancos”, afirmou. “Do outro lado, o próprio consumidor, diante da incerteza, diminui o fluxo nas redes de concessionárias.”

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