As vendas de materiais de construção neste ano foram muito mais fracas do que o imaginado por representantes da indústria nacional, que reduziram pela quarta vez a projeção para o faturamento do setor. A expectativa atualizada é de queda de 4% nas vendas em 2014, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). A estimativa inicial, anunciada em janeiro, era de alta de 4,5%. Mês a mês, porém, a comercialização surpreendeu negativamente.

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De acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira, 21, pela associação, as vendas da indústria caíram 5,7% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já em relação a agosto, houve alta de 5,2%. No acumulado entre janeiro e setembro de 2014, as vendas recuaram 6,5% em relação aos mesmos meses de 2013.

Entre os fatores que explicam a derrocada estão o ambiente de baixo crescimento da economia brasileira, a falta de confiança de empresários e consumidores, e o calendário entrecortado pela Copa do Mundo. "O mercado foi duramente afetado pelo pessimismo em relação à economia, reforçado pela perda de dias úteis em função da Copa e feriados", afirmou Walter Cover, presidente da associação.

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O primeiro corte da Abramat na sua projeção de crescimento para o setor ocorreu em maio, quando baixou de 4,5% para 3,0%. A expectativa de expansão foi mantida, pois a associação acreditava na recuperação das vendas nos meses seguintes. No entanto, a melhora não teve o ritmo esperado. Em julho, houve nova revisão para +2,0%, e em setembro, para +0,5%.

Além do ambiente macroeconômico desfavorável, a queda nas vendas de imóveis e na oferta de novos empreendimentos foi decisiva para baixar a comercialização de materiais de construção. A baixa nos lançamentos resultou em redução no volume de novas obras. Em paralelo, com vendas menores, há menor comercialização de materiais destinados a reformas e decoração.

As vendas de materiais de base caíram 8,2% no acumulado do ano, enquanto os materiais de acabamento tiveram recuo de 3,9%, segundo pesquisa da Abramat.

O mercado de materiais de base foi mais impactado devido à forte retração nos investimentos públicos e privados, que também respingaram nas obras de infraestrutura. Já os materiais de acabamento contaram com um grande número de empreendimentos residenciais lançados entre 2011 e 2012, que estão sendo finalizados agora.

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