O Grupo Abril entrou com pedido de recuperação judicial nesta quarta (15), quatro semanas depois de entregar sua gestão à consultoria de reestruturação Alvarez & Marsal.
No período, o novo presidente do grupo, Marcos Haaland, que é diretor-executivo da consultoria, comandou cortes de pessoal e de títulos, preparando a Abril para a recuperação. O executivo Giancarlo Civita deixou a presidência do grupo em julho deste ano, marcando a saída da família Civita da empresa.
O pedido protocolado, segundo comunicado, abrange “todas as companhias operacionais, incluindo a Abril Comunicações e as empresas de distribuição de publicações e de encomendas”.
O grupo justificou a decisão afirmando que visa “buscar proteção judicial para a repactuação de seu passivo junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade”.
Ainda neste mês, o Grupo Abril anunciou o encerramento de vários títulos e a demissão de vários profissionais. Entre os títulos que permaneceram estão Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Viagem e Turismo e Claudia.
A seguir, a íntegra do comunicado:
“Abril protocola pedido de recuperação judicial
O Grupo Abril comunica que protocolou na data de hoje um pedido de recuperação judicial de suas empresas na vara de recuperação judicial e falências de São Paulo, conforme definido nos artigos 47 e 48 da Lei 11.101/2005. Esse pedido engloba todas as companhias operacionais do Grupo, incluindo a Abril Comunicações e as empresas de distribuição de publicações, agrupadas dentro da Dipar Participações, e de distribuição de encomendas Tex Courier. Esse movimento se deve à necessidade do grupo em buscar proteção judicial para a repactuação de seu passivo junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade operacional.
Nos últimos anos, o setor vem passando por uma profunda transformação tecnológica que afetou fortemente as empresas de mídia, no Brasil e no mundo, com impacto na circulação de revistas e na receita de publicidade. A Abril vem se ajustando a essa nova realidade através de redução de custos e despesas. Recentemente, promoveu uma ampla adequação de seu portfolio de produtos buscando um equilíbrio econômico-financeiro.
Porém, uma situação de instabilidade junto a seus credores e ações abruptas de restrição de seu capital de giro levaram o grupo a seguir pelo caminho da proteção judicial. A Abril reforça que continuará operando normalmente e fornecendo a seus leitores produtos de alta qualidade editorial, em compromisso com sua história na imprensa brasileira e em respeito aos seus públicos e parceiros.”
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