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Estatal

Ação da Petrobras já é negociada abaixo de R$ 10

Nem a notícia de renegociação da dívida bilionária entre Petrobras e Eletrobras foi capaz de aliviar as pressões sobre as ações da petroleira, que, apesar de terem esboçado uma reação positiva pela manhã, voltaram a cair nesta quinta-feira, 11.

As denúncias de corrupção, a trajetória de queda do petróleo e o avanço do dólar falaram mais alto, levando as ações a recuar mais de 4% no início da tarde. Ao fim da sessão, as perdas se mostraram menos acentuadas, o que não impediu os papéis de registrarem novas mínimas.

Ontem, a Petrobras ON caiu 0,69%, a R$ 10,04, batendo recorde de preço baixo desde 16 de maio de 2005. A ação PN teve perda de 0,09%, a R$ 10,82, registrando mínima desde 11 de novembro de 2005, segundo dados da Economática. Na cotação mais baixa do dia, a ação ordinária chegou a ser negociada abaixo de R$ 10, a R$ 9,60 o que não ocorria desde fevereiro de 2005.

O petróleo continuou caindo nesta quinta-feira, pressionando ainda mais os papéis. Nos EUA, os preços recuaram abaixo de US$ 60 por barril pela primeira vez em mais de cinco anos. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos com vencimento em janeiro fecharam cotados a US$ 59,95 por barril, em baixa de 1 62%, o menor preço de fechamento para o contrato desde 14 de julho de 2009. Com o petróleo a US$ 60 por barril, analistas já consideram a possibilidade de queda até US$ 40.

Petróleo e dólar

A cotação do petróleo e a alta do dólar têm penalizado as ações da estatal, que renova as mínimas diariamente. Karina Freitas, analista da Concórdia, diz que isso ocorre porque a derrocada dos preços do petróleo ocorre em paralelo à intensificação das denúncias de corrupção na estatal.

Um indício de que o petróleo tem pesado sobre as ações da estatal é que os ADRs referentes às ordinárias caíram 44% desde o início do ano. Os ADRs da Ecopetrol, petrolífera colombiana, por sua vez, recuaram cerca de 56%. James Gulbrandsen, sócio da NCH Capital, gestora especializada em mercados emergentes e com sede em Nova York, diz que é difícil prever o que será do preço do óleo daqui para frente: "Esta não é uma questão pontual, temporária."

A analista da Concórdia lembra o preço em baixa do petróleo compromete a rentabilidade dos projetos futuros da companhia. Mas para o analista Bruno Gonçalves, da Alpes/WinTrade, o avanço do dólar ante o real é um fator mais negativo para a estatal no curtíssimo prazo. Cerca de 80% de suas dívidas são em moeda americana. Na quinta-feira, o dólar subiu 1,49%, aos R$ 2,6510 - o maior patamar de fechamento desde 1º de abril de 2005.

Na avaliação do mercado, o desconforto do investidor começou com o atraso da publicação do balanço. A versão não auditado está previsto para ser publicada nesta sexta-feira, após o fechamento da bolsa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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