Portugal faz bolsas recuarem
Os mercado globais tiveram ontem mais um dia de pessimismo, dessa vez motivado pelo rebaixamento da avaliação de risco de Portugal pela agência Fitch, que "materializou" as dúvidas quanto às condições de financiamento dos países no sul do continente europeu. No caso, o rebaixamento torna menos atraentes os títulos portugueses.
No Brasil, o dólar comercial voltou a passar de R$ 1,80, terminando a sessão a R$ 1,802, com avanço de 1,29%. "O rebaixamento de Portugal mexe com os mercados de títulos e isso acaba refletindo nas bolsas", disse Alvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora. A Bovespa recuou após dois dias de recuperação. O Ibovespa, principal índice de ações do país, caiu 0,68% e voltou a marcar 68.913 pontos. As ações da Petrobras estiveram entre os poucos papéis que escaparam da derrocada generalizada. A ação preferencial subiu 0,58%, enquanto a ordinária teve ganho de 1,35%.
São Paulo - A ação preferencial da Telebrás desvalorizou-se 13,6% ao fim do pregão de ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em meio a mais um capítulo sobre a possível reativação da estatal que havia caído no ostracismo após as privatizações dos anos 1990. O papel da empresa, negociado por R$ 1,46 no encerramento das operações, foi alvo de R$ 76,45 milhões no dia. Desde janeiro, o giro médio diário dessa ação estava em torno de R$ 1 milhão.
Os papéis da empresa já sofreram várias oscilações violentas nos últimos meses, em meio a rumores, confirmações e desmentidos sobre a reativação de sua rede para o projeto do governo de banda larga (internet de alta velocidade). Ainda assim, no ano eles acumulam uma alta de 94,7%.
Conforme reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, o Tesouro Nacional emitiu uma nota técnica em que condena os planos de retorno da Telebrás pelo governo Lula. Trata-se da segunda autoridade ligada ao Poder Executivo que se opõe à ideia. Na semana passada, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, já levantara publicamente restrições a que a estatal seja reativada.
Risco jurídico
Desde que o setor foi privatizado, em 1998, a função da Telebrás é administrar dívidas e pagá-las com receitas que obtém por meio das aplicações de seus recursos no mercado bancário. Para o Tesouro, a estatal está exposta a muitas ações judiciais (era ré em 1.189 ações até o fim de 2009), o que cria o risco de "contaminar" os ativos que seriam usados no programa oficial de banda larga. A Casa Civil da Presidência da República, no entanto, parece não estar convencida dos argumentos contrários ao retorno da estatal.
Prós e contras
O Ministério da Fazenda, por sua vez, divulgou ontem um comunicado no qual diz que a implementação do Plano Nacional de Banda Larga ainda é um tema em discussão no âmbito do governo e que qualquer ação que implique gastos tem de ser avaliada pelo Tesouro, mas nega que uma decisão sobre o assunto já tenha sido tomada . "Tanto a reativação da Telebrás quanto a criação de uma nova empresa apresentam prós e contras que devem ser apreciados na discussão que ainda não se encerrou sobre essa matéria", diz o documento emitido pela Fazenda.
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