O Banco Central (BC) anunciou, nesta quinta-feira (22), o retorno às operações de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro, em um momento de alta da moeda norte-americana. A última vez em que o BC tinha feito esse tipo de atuação foi em 26 de junho de 2009.
A ação derrubou a cotação do dólar, que abriu em disparada nesta quinta-feira (22), ampliando a já acentuada valorização da véspera, e chegou a atingir a cotação de R$ 1,957, alta de 4,93%, durante a manhã.
Após a ação do BC, o valor da moeda caiu para R$ 1,87. O dólar não termina a sessão negociado acima de R$ 1,90 desde 1º de setembro de 2009.
Na quarta-feira, a moeda americana fechou cotada em R$ 1,865, alta de 4,25% sobre o dia anterior, o que foi a maior expansão em termos percentuais desde 22 de outubro de 2008. O dólar não fechava acima de 1,80 desde 30 de junho de 2010.
Na avaliação do diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, as empresas que têm dívida em dólar "não devem se precipitar" em corrida ao mercado. Ele manteve a previsão de uma retomada das cotações que vinham em estabilidade e justificou que não existem fundamentos para uma saída abrupta do capital estrangeiro do país.
Como foi a ação do Banco Central
O Banco Central (BC) vendeu 55.075 contratos de swap cambial, menos da metade do total ofertado (112.290). Essas operações equivalem à venda de dólares no mercado futuro. O valor total ficou em US$ 2,716 bilhões.
As operações de swap cambial foram divididas em quatro lotes, com vencimentos nos dias 3 de outubro, 1º de novembro, 1º de dezembro e 2 de janeiro de 2012.
Na quarta-feira (21), o BC desistiu de fazer operação de swap cambial reverso, o que equivale à compra de dólares no mercado futuro. A operação seria para rolagem de vencimento do próximo dia 1º de outubro. No último dia 14, o BC também interrompeu as compras da moeda norte-americana no mercado à vista, como vinha fazendo em todos os dias úteis.