O acesso à internet continuou a crescer em 2013, mas em ritmo menor do que o registrado na década passada. Além disso, o alcance dessa tecnologia só avançou devido ao uso de outros equipamentos, já que o acesso por microcomputadores evoluiu de forma mais tímida. Ao todo, 85,6 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade utilizaram a rede em 2013, 7,2 milhões delas exclusivamente por celulares, tablets e outras ferramentas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) referentes a 2013 e divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O levantamento investigou pela primeira vez o uso destes outros equipamentos além do computador. Sem eles, o uso da internet teria encolhido em termos relativos. Em 2011, 46,5% da população acessou a internet por meio de microcomputadores, o equivalente a 77,7 milhões de brasileiros. Já em 2013, essa fatia ficou em 45,3%, a despeito do aumento absoluto de aproximadamente 600 mil usuários.
“Pode ser que, no futuro, o computador seja menos utilizado e as pessoas passem a usar só a internet por meio do celular”, explicou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad. Com soma dos 7,2 milhões que acessaram a internet apenas por outros equipamentos (4,1%), a inclusão digital atingiu 49,4% da população brasileira acima dos 10 anos.
A especialista ponderou, contudo, que as respostas podem ter sido afetadas pela mudança no questionário para a inclusão das perguntas sobre os outros equipamentos. Além disso, ela ressaltou que os dados da pesquisa não permitem concluir se essa dinâmica vai se intensificar nos próximos anos.
Desaceleração
Independentemente da comparação, a Pnad mostra que a inclusão digital no Brasil deixou de crescer intensamente como se observou na década passada. Em 2005, 20,9% dos brasileiros com 10 anos de idade ou mais acessaram a internet por meio de microcomputador, fatia que saltou para 34,8% em 2008 e para os 46,5% de 2011. Desde então, mesmo num período menor (de dois anos), a inclusão digital avançou pouco.
A pesquisa do IBGE não apura os motivos por que o crescimento do acesso à internet desacelerou em 2013. “Cabem a elas (operadoras) descobrir por que essas pessoas não acessam para vender o serviço. Ou (ao governo desenvolver) políticas públicas que estimulem a inclusão digital”, afirmou Maria Lucia.