O porcentual de domicílios no Paraná com acesso à internet cresceu 138% entre 2005 e 2011, mostra uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O total de residências conectadas à rede subiu de 17,6% para 41,9% nesse período.
Também foi grande a expansão das moradias com microcomputador, que passaram de 23,2% para 50,5%, em um avanço de 117%, conforme a pesquisa.
Os dados fazem parte do levantamento Acesso à Internet e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A pesquisa leva em conta um cenário de 3,4 milhões (3.481.000) de lares paranaenses em 2011.
O estudo mostra ainda que, em 2011, 96,9% dos domicílios do Paraná tinham aparelho de TV e 89,8%, celular. Os números são superiores aos de 2005, quando a TV estava presente em 93,2% dos lares do estado e o celular, em 63,6%.
Em contrapartida, a pesquisa do IBGE destacou que houve retração com relação ao telefone fixo nos domicílios paranaenses; a presença do equipamento caiu, entre 2005 e 2011, de 58,1% para 44,7% (recuo de 23%). Também houve queda no total de residências que dispunham de aparelho de rádio, passando de 92,9% a 88,8% (queda de 10%).
Internet estará em objetos comuns, diz especialista
O crescimento da internet no Brasil e no Paraná vai ser cada vez mais natural, afirma o engenheiro da computação e professor do curso de Sistemas da Informação da PUC-PR, Bruno Campagnolo de Paulo. "Com a popularização da banda larga, as gerações estão ficando mais próximas à tecnologia."
Uma das tendências, segundo ele, é a presença da internet em objetos comuns, como óculos. "Cada vez mais a internet vai estar em coisas invisíveis. Os óculos do Google - o Google Glass - são um exemplo."
O consultor em tecnologia e empresário Antonio Borba concorda com Campgnolo. "Era de se esperar esse aumento, principalmente por causa dos celulares". Para Borba, a chegada do 4G vai acelerar a inclusão digital, desde que o Brasil se prepare para isso. "Se o país não tiver uma infraestrutura adequada para o 4G, vai ser um problema", disse.
Internet avança mais rápido no Norte e no Nordeste
Nos últimos anos, houve avanços em todas as regiões no tocante ao acesso à internet. Mas o Norte e o Nordeste tiveram os aumentos mais significativos no número de pessoas navegando na internet, embora ainda sejam as regiões com os menores índices de acesso do país, segundo o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.
"As regiões Norte e Nordeste tinham pouco mais de um terço da população acessando a internet em 2011, mas o avanço nessas regiões foi bastante expressivo. Alagoas, por exemplo, passa de 7% para quase um terço [34,3%] da população acessando a internet, 400,3% de aumento", comentou ele, lembrando que, em 2005, Alagoas era a cidade com o menor percentual.
Se em 2005 aproximadamente 12% da população dessas regiões haviam acessado a internet nos últimos três meses, o percentual saltou para 35,4% no Norte e 34% no Nordeste. O percentual triplicou, enquanto nas demais regiões o índice, em média, duplicou entre 2005 e 2011. Entretanto, em 2011, os percentuais do Norte e do Nordeste estavam bem abaixo dos registrados nas regiões Sudeste (54,2%), Centro-Oeste (53,1%) e Sul (50,1%).
O Distrito Federal (DF) é a unidade da Federação com os maior percentual de internautas, com 71,1% da população conectada à internet. "A configuração tanto de mercado de trabalho quanto de poder de compra justifica esse percentual tão grande em Brasília", comentou o coordenador da pesquisa. "Se tirar Brasília, o percentual do Centro-Oeste cai muito", disse Azevedo.
Depois do DF, vêm São Paulo, com 59,5%, e o Rio de Janeiro, com 54,5%. Entre 2005 e 2011, em números absolutos, houve aumento de 100,1%, 116,6% e 121,2% nessas unidades federativas, respectivamente.
Os estados com os menores percentuais de internautas em 2011 eram o Maranhão (24,1%), o Piauí (24,2%) e o Pará (30,7%). Esses percentuais representaram, em números absolutos, um crescimento de 244,9%, 151,1% e 242,7% desde 2005.
* Colaborou Lucas Marins, especial para a Gazeta do Povo