O acesso ao site do jornal britânico "The Guardian" está bloqueado desde esta terça-feira (8) na China, apesar de não haver um motivo aparente. Os internautas só podem entrar na página através de servidores que burlam o firewall imposto pelas autoridades locais.

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O bloqueio foi informado pela publicação hoje. Em artigo na internet, o "Guardian" diz não saber que razões levaram a página a ser bloqueada no país, em especial por não ter publicado nos últimos dois dias informações que denigram os integrantes do Partido Comunista e do governo.

A situação persiste desde ontem, segundo o site anticensura greatfire.org. Repórteres da agência de notícias Efe também tentaram acessar a página da capital Pequim e de Xangai sem usar o sistema que fura o firewall, mas não tiveram sucesso.

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Questionado sobre o impedimento ao acesso, a porta-voz da Chancelaria chinesa, Hua Chunying, disse ter ouvido sobre o fato pela primeira vez. "Eu não entendo essa situação. Vocês devem perguntar ao órgão chinês responsável [pela internet]", disse.

Anteontem, o jornal publicou uma reportagem sobre a tensão étnica na China, com referência à região de Xinjiang, dominada pelos muçulmanos uigures e local de conflitos intensos com as autoridades de Pequim nos últimos meses. A publicação diz que sempre cobriu o assunto "sem nenhuma consequência conhecida".

Em geral, o governo chinês bloqueia o acesso a sites de notícias que publicam alguma notícia prejudicando um de seus dirigentes. Dentre eles, está o americano "The New York Times", bloqueado desde 2012 após exibir uma reportagem sobre o aumento repentino da fortuna do ex-primeiro-ministro Wen Jiabao.

Além do jornal, a agência de notícias Bloomberg está bloqueada há mais de um ano. Em novembro, foi a vez da agência de notícias Reuters e do jornal "Wall Street Journal" serem afetados por notícias que supostamente denegririam a imagem de Pequim. As duas páginas voltaram ao ar na China em 25 de dezembro.