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Capitalização

Acionista com FGTS é diluído na Petrobras

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Os trabalhadores brasileiros só conseguiram aplicar R$ 423,7 milhões utilizando recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações da Petrobras. Entre os acionistas da estatal, os cotistas dos fundos FGTS foram, até agora, os mais diluídos de que se tem notícia.

Restrita apenas aos trabalhadores que compraram ações da Petrobras em 2000 e com teto de 30% do saldo atual do FGTS, a adesão dos trabalhadores à maior capitalização por meio de ações do mundo foi baixíssima.

Os fundos FGTS tinham perto de R$ 5,2 bilhões em ações ON da Petrobras (3,5% do total), o que conferiria o direito a comprar mais de R$ 1,7 bilhão em papéis, se não fossem os limites impostos. Segundo a Caixa, só participaram do processo 25.544 trabalhadores, por meio de 46 fundos geridos por 25 gestores. A última estimativa da CVM era que 89 mil pessoas poderiam aderir à aplicação.

Como os demais acionistas, os trabalhadores tinham prioridade para comprar os novos papéis da Petrobras na proporção de 0,34 papel novo por ação antiga. "Foram pedidos R$ 563,3 milhões e liberados somente R$ 423,7 milhões em razão da aplicação desses limitadores", disse José Maria Leão, superintendente da Caixa para assuntos de FGTS. Os recursos aplicados na Petrobras por meio do FGTS ficarão retidos por um ano.

Diferentemente do que anunciou o presidente Lula, em ato na Bovespa na sexta-feira, a capitalização não fez da Petrobras a segunda maior petroleira do mundo. O novo valor de mercado da empresa (US$ 215,3 bilhões) é menor que o da PetroChina (US$ 266 bilhões) e da Exxon (US$ 315 bilhões).

Estreia

As novas ações da Petrobras estrearam ontem com forte instabilidade na BM&F Bovespa. Os papéis ON (ordinários, com direito a voto) fecharam com alta de 2,02%, em R$ 30,25. As ações PN (preferenciais, sem voto) subiram 0,76%, para R$ 26,50. O volume negociado com os papéis da Petrobras atingiu R$ 2,156 bilhões, 31% do total de negócios na Bolsa. O banco suíço UBS recomendou aos clientes vender os papéis ON e manter os PN. Na avaliação, a analista Lilyanna Yang diz que o preço de ambos deve ficar em R$ 30.

Casamento

Na corretora de que é cliente, o engenheiro eletricista Marcos Lefevre, de 59 anos, é conhecido por ser "casado" com os papéis da Petrobras. Foi sem surpresa, portanto, que ele decidiu manter a participação no capital da empresa. Para isso, teve de retirar dinheiro de um fundo para comprar os novos papéis.

"Vejo as ações como investimento de longo prazo. Quero deixá-las de herança para minhas filhas. Não sou aquele investidor com tempo e conhecimento para ficar negociando no curto prazo. Então as ações da Petrobras são um bom negócio para mim", diz.

O engenheiro é um dos milhares de brasileiros que utilizaram, em 2000, parte do saldo das contas do FGTS para comprar ações da Petrobras. "Foi um negócio fantástico. Acredito que, a longo prazo, essa valorização vai continuar. É uma empresa que acredito muito".

De acordo com o Instituto FGTS Fácil, as ações da empresa renderam 711,14% entre agosto de 2000 e julho deste ano. No mesmo período, o dinheiro depositado no Fundo rendeu apenas 63,96%.

Para Lefevre, a definição do preço das novas ações – R$ 29,65 para as ONs e R$ 26,30 para as PNs – ficou um pouco acima das expectativas. "Estava esperando menos, mas não acho que fiz mau negócio. Posso ter pago um pouco mais caro, mas a perspectiva é muito boa, porque acredito que as ações vão se valorizar."

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