O acionista americano da Braskem Douglas Peters entrou nesta quarta-feira (1) com uma ação na Corte de Nova York contra a empresa, alegando que supostos “atos incorretos e omissões” da Braskem fizeram com que as ADRs da companhia fossem negociadas com preços inflados artificialmente entre 1º de junho de 2010 e 11 de março de 2015.
Segundo o texto do processo, a Braskem teria registrado comunicados e documentos “falsos e enganosos” na SEC, a CVM americana, durante esse período, posteriormente sendo envolvida na Operação Lava Jato, ao ser citada nas delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousef.
“Após essa notícia, as ADRs da Braskem caíram mais de 20%, ou US$ 1,80 por ADR, em 11 de março de 2015. Na realidade, a Braskem pagou propina para comprar matéria-prima mais barata da Petrobras entre 2006 e 2012”, diz a ação. Peters pede compensações da Braskem e de alguns executivos citados na ação.
Os executivos Bernardo Afonso de Almeida Gradin (presidente da Braskem entre 2008 e 2010), Carlos Fadigas (atual presidente da petroquímica), Marcela Drehmer Andrade (ex-diretora Financeira da Braskem e atual diretora Financeira da Odebrecht) e Mário Augusto da Silva (atual diretor Financeiro da petroquímica) são citados como réus no processo.
“Como resultado dos atos incorretos e das omissões dos réus, as ADRs da Braskem foram negociadas a preços artificialmente inflados durante o class period (período da ação), e o requerente e outros membros da ação sofreram perdas e danos significativos”, alega o acionista no processo. O texto diz ainda que os acionistas lesados são tão “numerosos” que seria “impraticável” que todos se juntassem à ação.
No entanto, o escritório de advocacia americano Scott+Scott, que representa Peters, tem convocado outros acionistas da Braskem entre 1º de junho de 2010 e 11 de março de 2015 a se identificarem até 31 de agosto.
Contraponto
A Braskem informou no fim da tarde desta quarta-feira que não foi notificada de “qualquer pleito indenizatório nos EUA” e que, portanto, não comentará o assunto.
A ação da companhia fechou com queda de 4,85% nesta quarta após a notícia de que o acionista americano Douglas Peters entrou com uma ação na Corte de Nova York contra a companhia.