| Foto: WANG ZHAO/AFP

Os principais índices acionários da China recuperaram algum terreno nesta sexta-feira (8) após Pequim suspender o mecanismo de “circuit breaker” que paralisou as operações duas vezes nesta semana, sendo considerado culpado pela exacerbação das vendas generalizadas do mercado que deveria limitar.

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Com o “circuit breaker” do mercado acionário desativado na sexta-feira, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 2,04%, para 3.361 pontos. O índice de Xangai teve alta 1,98%, para 3.186 pontos.

Os ganhos das ações chinesas sustentaram o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão, que às 7h58 (horário de Brasília) tinha alta de 0,34%, devolvendo perdas vistas mais cedo na sessão.

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O mecanismo desativado nesta sexta estabelece que, quando o índice conjunto CSI 300 (que reúne 300 valores cotados nas bolsas de Xangai e Shenzhen) cai ou sobe 5%, é feita uma parada automática de 15 minutos.

Se após o reinício os movimentos acentuados continuarem e houver uma variação de 7%, será suspenso o pregão até o dia seguinte. O objetivo era diminuir a volatilidade dos papéis.

Yuan

O banco central da China também elevou a taxa referencial do yuan pela primeira vez em nove dias de operações, após permitir que a moeda tivesse sua maior queda em cinco meses na quinta-feira, tendo repercussões nas moedas regionais e nos mercados acionários globais uma vez que os investidores temiam que isso fosse levar a desvalorizações competitivas.

O BC chinês determinou a taxa referencial em 6,5636 por dólar antes da abertura do mercado, contra 6,5646 por dólar determinado antes e fechamento de 6,5929 por dólar no dia anterior.

A medida é “um sinal de que não pretende continuar permitindo que o yuan caia”, disse o estrategista de mercado global Yoshinori Shigemi do JPMorgan Asset Management.

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Operadores disseram também suspeitar que o banco central da China esteja intervindo nas negociações para sustentar o yuan através de bancos estatais.

“Bancos estatais estavam oferecendo liquidez em dólar em torno de 6,59 (por dólar), com suspeita de que estejam fazendo isso como agentes do banco central”, disse um operador de um banco europeu em Xangai. “Isso aconteceu tanto hoje quanto ontem.”

Começo do ano

Os mercados chineses têm tido um início de 2016 turbulento, afetados pelas determinações do banco central de enfraquecer o yuan contra o dólar, dois dias de suspensão das operações acionárias, pesquisas fracas dos setores de indústria e serviços, e preocupações sobre uma ameaçadora venda de ações por acionistas principais quando a proibição para tais vendas acabasse.

O CSI300 perdeu cerca de 12% nos primeiros quatro dias de operações de 2016, devolvendo todos os ganhos feitos em 2015.

“O mercado voltou ao normal”, disse o analista do Kaiyuan Securities Tian Weidong. “Os investidores podem comprar e vender como quiserem. Com o mecanismo de ‘circuit breaker’, o mercado estava sufocado.”

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O mecanismo havia entrado em vigor no primeiro pregão deste ano, dentro de uma série de medidas aplicadas pelas autoridades de Pequim para evitar as fortes quedas que aconteceram em 2015 e contagiaram os mercados mundiais.

Analistas e investidores disseram, no entanto, que os níveis determinados para o acionamento do “circuito breaker” são muito baixos e muito próximos para funcionarem de forma efetiva.

Outros mercados, incluindo Estados Unidos, Coreia e Japão, também adotam “circuit breakers”, que funcionam melhor já que seus patamares são tipicamente mais altos.

No Brasil, o “circuit breaker” é acionado quando o Ibovespa registra queda de 10% ante o fechamento anterior, levando a interrupção das negociações por 30 minutos.

Caso na volta dos negócios o índice recue 15%, os negócios são suspensos por uma hora. E se na nova reabertura a queda for 20%, cabe à bolsa decidir a seu critério por quanto tempo o mercado ficará paralisado.

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