As ações preferenciais da Companhia Paranaense de Energia (Copel) apresentaram a maior baixa no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O papel CPLE6 terminou o dia cotado a R$ 29,00, com queda de 5,35%. As ações ordinárias (ON, que dão direito a voto aos acionistas) foram cotadas a R$ 28,50, baixa de 3,39%.
Para analistas, a queda não pode, pelo menos por enquanto, ser relacionada à decisão da estatal de participar do leilão de concessão de rodovias federais que cortam o Paraná, marcado para 9 de outubro. "É prematuro fazer qualquer conexão, até porque o mercado foi puxado para baixo por conta da expectativa da decisão sobre os juros norte-americanos amanhã (hoje)", afirma André Paes, analista do Paraná Banco.
Mas, se a iniciativa foi levada adiante, a tendência é que o investidor olhe com mais cautela para os papéis da empresa, na avaliação do consultor e ex-presidente da companhia João Carlos Cascaes. "Qualquer investida fora do foco representa risco e o investidor está atento a isso", diz. Para ele, um dos pontos negativos da nova estratégia é a intenção da estatal de formar parcerias com outras empresas.
Na última quinta-feira, o governador Roberto Requião encaminhou à Assembléia Legislativa projeto de lei que autoriza a Copel a estabelecer parcerias para participar do leilão. Segundo o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, o eventual ingresso da empresa na área dos transportes não representaria desvio de foco da sua gestão e nem seria uma novidade, já que a empresa vem atuando em segmentos de mercado diferentes do seu principal negócio.