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Aviação

Ações da GOL disparam diante da notícia de compra da Varig

As ações da GOL têm forte alta na Bolsa de Valores de São Paulo, nesta quarta-feira, diante da compra da Nova Varig, noticiada pelo jornal O GLOBO. Os papéis têm ganhos de 4,22%, a R$ 55,23, contra uma queda de 1,27% do índice Ibovespa.

Para o analista de investimentos da Socopa, Daniel Doll Lemos, os investidores estão apostando no ganho de mercado em rotas internacionais da GOL, a partir da aquisição.

- Atualmente, a GOL só opera vôos internacionais para países do Mercosul. Provavelmente, o foco dela seria se expandir em vôos para o exterior, porque, no mercado doméstico, a fatia da Varig é muito pequena, em torno de 5% - avalia.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em fevereiro de 2007, a Varig tinha 11,82% de participação no mercado de vôos internacionais entre as empresas brasileiras. A GOL tinha 18,94%. Em primeiro lugar estava a TAM, com uma fatia de 61,01%. A BRA vem quarto lugar, com 7,89%.

O especialista também explica que alguns investidores podem estar vendidos no mercado futuro e, em função da perspectiva de aumento de preço dos papéis, podem estar comprando no mercado à vista para zerar suas posições - o que impulsiona ainda mais os preços.

- Além disso, pode estar havendo uma alocação de carteira. Quem estava muito comprado em TAM pode estar trocando esses papéis por ações da GOL - diz.

Para Doll Lemos, ainda não é possível avaliar o impacto do negócio, já que algumas dúvidas ainda pairam no ar:

- Não se sabe ainda qual o modelo do negócio. Se eles vão comprar apenas a Nova Varig ou se vão assumir dívidas da antiga companhia. Também não sabemos se a compra será feita pela GOL ou pela família Constantino (proprietária da GOL).

A família Constantino é dona de uma empresa chamada Águia, que poderia estar à frente do negócio.

Segundo o blog do colunista Ancelmo Gois, a família Constantino desembolsará cerca de US$ 300 milhões (mais de R$ 600 milhões) na compra da Nova Varig. Quando as negociações começaram com o fundo Matlin Patterson, controlador da companhia que foi vendida, o pedido foi de US$ 450 milhões.

Além disso, com a aquisição, a Gol terá dois terços da ponte aérea Rio-São Paulo, considerada o filé-mignon da aviação comercial brasileira.

O presidente Lula deu, nessa terça-feira, novas explicações para a crise no setor aéreo: depois de afirmar que as autoridades não trabalharam em conjunto para resolver o problema, ele disse que a maior parte do caos era de responsabilidade das companhias aéreas . Segundo Lula, o crescimento do setor de turismo e a crise da Varig, resultou no controle do mercado por "duas empresas (TAM e Gol)" que não têm dado conta do atendimento de todos os passageiros.

O presidente demonstrou ainda irritação com a crise e disse ter cobrado das autoridades envolvidas 'prazo, dia e hora' para solução do caos. Antes das declarações de Lula, no entanto, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou que não sabe o que originou os problemas no setor aéreo e que não tem previsão para uma solução .

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