Depois de ter aberto com leve ganho, o principal índice da Bolsa brasileira mudou de tendência e registra ligeira desvalorização nesta segunda-feira (28), com investidores digerindo dados da China e novo corte nas projeções de economistas para o crescimento da economia brasileira neste ano.
Às 11h40 (de Brasília), o Ibovespa cedia 0,35%, para 57.619 pontos. O volume financeiro era de R$ 1,101 bilhão. O ânimo visto nos primeiros minutos de negócios refletiu, segundo analistas, a divulgação de dados na China que mostraram o fortalecimento do lucro das companhias no principal parceiro comercial do Brasil.
Na cena interna, porém, o mercado voltou a reduzir, pela nona semana consecutiva, a projeção de crescimento da economia brasileira, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central. A mediana das estimativas para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) ficou em 0,90%, contra 0,97% na semana anterior.
Analistas esperam que as muitas referências econômicas previstas para esta semana gerem instabilidade ao Ibovespa, especialmente na quarta-feira, quando termina a reunião do Fomc (comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos).
As ações da empresa de alimentos JBS estavam entre as maiores altas do Ibovespa, às 11h40, com ganho de 2,94% (a R$ 8,76 cada). A companhia, que é a maior processadora de carnes do mundo, fechou acordo para comprar os negócios de aves da americana Tyson Foods no Brasil e no México por US$ 575 milhões.
Quem também tinha bom desempenho era a ação da companhia aérea Gol, que avançava 4,18%, para R$ 14,72. A empresa teve alta de 27% na receita por passageiro no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2013. Também houve expansão de 15% no yield, indicador que mede o preço de passagens.
Em sentido oposto, os papéis da empresa de energia Tractebel estavam entre as maiores perdas do Ibovespa, às 11h43, com desvalorização de 1,55% (a R$ 35 cada).
A geradora de energia elétrica divulgou queda de 77,2% no lucro líquido do segundo trimestre, afetada por efeitos negativos das transações no mercado de curto prazo. O UBS reduziu a recomendação para os papéis da empresa para "venda" ante "neutra", com preço-alvo de R$ 32.
Câmbio
No câmbio, o dia é de pressão sobre o dólar, refletindo o clima de aversão ao risco entre os investidores internacionais, que estão preocupados com os conflitos geopolíticos na Europa e no Oriente Médio, enquanto aguardam pela decisão de política monetária do Fomc nesta semana.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,28% sobre o real, às 11h40, cotado em R$ 2,233 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 0,22%, para R$ 2,232.
O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4 mil contratos de swap (operação que equivale a venda futura de dólares), pelo total de US$ 198,7 milhões.
A autoridade também realizará, até o fim da manhã, um novo leilão de até 7 mil contratos de swap para rolar os vencimentos de 1º de agosto. Por enquanto, o BC já rolou cerca de 60% do lote total de swaps que têm prazo para o primeiro dia do mês que vem.
