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Mercado

Ações da Petrobras disparam mais de 7% e impulsiona Ibovespa

O forte avanço das ações da Petrobras levou o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, a fechar nesta segunda-feira (28/10) em alta de 1,7%, aos 55.076 pontos. Mesmo que a estatal tenha apresentado um resultado abaixo do esperado na última sexta-feira, agradou o mercado a nova metodologia de ajuste de preços proposta pela companhia.

As ações mais negociadas da Petrobras fecharam o dia em alta de 7,57%, a R$ 19,89, enquanto as ordinárias, com direito a voto, ganhavam 9,83%, a R$ 19,00. Ambas representam, juntas, cerca de 10% do Ibovespa.

Sem divulgar mais detalhes, a Petrobras informou nesta seginda-feira (28/10) que a nova metodologia que está sendo elaborada para ajustar os preços de seus principais combustíveis (gasolina e diesel) trará um ajuste automático de preços cada vez que eles ficarem abaixo do praticado no exterior.

Segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, o novo método será implantado assim que for aprovado pelo Conselho de Administração da companhia, o que pode ocorrer no dia 22 de novembro, e que não há um "plano B" se a proposta for rejeitada. Ele explicou que até a aprovação da nova fórmula, a atual metodologia está em vigência, portanto não haveria obstáculos para um eventual ajuste de preços nesse período.

Analistas ouvidos pela reportagem veem a medida como positiva para a companhia, mas acreditam que o desempenho das ações hoje foi exagerado.

"Acreditamos que a razão da alta é justa, mas a intensidade parece exagerada, dado que não há ainda nenhuma ideia mais clara de como uma nova metodologia para os preços da gasolina e diesel será feita", diz Luiz Caetano, analista da Planner Corretora.

Caetano frisa que "muito dificilmente a Petrobras será recompensada pelas perdas passadas". De acordo com cálculos da Planner, a diferença entre os preços cobrados pelos combustíveis no Brasil e no exterior "não é mais tão alta", sendo de 9% para o diesel e 4% para a gasolina.

Já Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos, lembra que o governo controla os preços dos combustíveis no país para manter a inflação dentro da meta (de 4,5% com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos) e que, portanto, é "exagerado" pensar que ele vai deixar a meta de lado para permitir um plano arrojado de ajuste nos preços da estatal.

"Não há milagre. Até agora, o governo barrou o aumento no preço dos combustíveis para manter a inflação no país dentro da meta. Não podemos achar que, de uma hora para outra, ele vai mudar de ideia e vai ver com bons olhos um reajuste da gasolina e do diesel", diz o analista, que vê com desconfiança a alta da ação da Petrobras hoje.

"Sabe aquela história de quando a esmola é demais o santo desconfia? É assim que vejo essa alta das ações da Petrobras. Pode até ser que o governo aprove a nova metodologia de preços da companhia, mas, pelo histórico que ele tem [de barrar os rejustes nos combustítveis para controlar a inflação], fará diversas ressalvas", completa.

Também estiveram em foco hoje as ações da OGX, petroleira de Eike Batista, que chegaram a cair mais de 17% ao longo do dia, mas fecharam estáveis em R$ 0,29. O mercado espera que a companhia entre em recuperação judicial nesta semana. Na esteira, as ações da MMX, mineradora de Eike Batista, tiveram forte perda, de 8,64%, R$ 0,74.

Em segundo lugar no ranking das maiores perdas do Ibovespa no dia, as ações da BRF caíram 3,79%, a R$ 53,01, após a maior produtora de alimentos processados do país e dona das marcas Sadia e Perdigão ter informado aumento do lucro no terceiro trimestre abaixo das estimativas do mercado.

Câmbio

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, registrou leve queda de 0,15% em relação ao real, cotado em R$ 2,187 na venda. O dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,41%, a R$ 2,180.

O Banco Central realizou hoje o primeiro dos três leilões programados para rolar o restante dos contratos de swap tradicional -equivalente à venda de dólares no mercado futuro- com vencimento em 1º de novembro.

Foram vendidos 10 mil contratos com vencimentos em 2 de maio de 2014 e mais 10 mil contratos com vencimento em 1º de outubro de 2014, no valor total de US$ 989,5 milhões. Na semana passada, o BC já havia feito três leilões para rolar esses vencimentos, que somam o equivalente a US$ 8,87 bilhões, também ofertando 20 mil contratos em cada. Ou seja, garantiu a rolagem de um terço do total.

O BC também realizou na manhã de hoje um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A operação estava prevista em seu plano de intervenções diárias no câmbio.

Todos os 10 mil contratos de swap oferecidos pelo BC neste leilão, sendo 9 mil com vencimento em 2 de junho de 2014 e mil com vencimento em 5 de março de 2014, foram vendidos por um total de US$ 496,2 milhões.

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