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Bolsa

Ações da Petrobras sobem 15% com iminente saída de Graça

Para analistas, mudança vai resgatar credibilidade da Petrobras | Sergio Moraes/ Reuters
Para analistas, mudança vai resgatar credibilidade da Petrobras (Foto: Sergio Moraes/ Reuters)

A Petrobras recuperou R$ 16,586 bilhões em valor na Bolsa em apenas um dia sob impacto da notícia de que a presidente Dilma Rousseff acertou a saída de Graça Foster da presidência da estatal e de toda sua diretoria. As ações da companhia petrolífera registraram a maior alta diária em 16 anos.

Os papéis preferenciais subiram 15,47%, para R$ 10, maior alta porcentual diária desde 15 de setembro de 1998, quando as ações subiram 18,10%, para R$ 1,875. Já as ações ordinárias fecharam em alta de 14,23%, para R$ 9,79, maior valorização diária desde 6 de março de 2013, quando os papéis avançaram 15,16%.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 2,76%, para 48.963 pontos. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 7,3 bilhões, acima da média diária negociada no ano, que é de R$ 6,314 bilhões, até o dia 2 de fevereiro. Das 68 ações, 51 subiram, 16 caíam e uma se manteve inalterada.

A forte alta nas ações da Petrobras foi provocada pela informação de que o Planalto teria decidido substituir Graça Foster da presidência da estatal, o que acabou se confirmando após o fechamento do mercado. A avaliação do governo é de que a posição da atual presidente da Petrobras é insustentável diante do escândalo de corrupção que atinge a empresa.

Para Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos, a informação guiou a forte alta na cotação dos papéis da empresa. "Há uma expectativa de reestruturação, que deve passar pela mudança de gestação e pela nomeação de executivos menos ligados ao governo e mais associados ao mercado, o que traz um fôlego novo às ações da estatal", diz.

RebaixamentoA notícia da saída de Graça ofuscou o rebaixamento da nota da estatal pela agência de classificação de risco Fitch, anunciada na tarde de ontem.

A agência citou a "crescente e prolongada incerteza" em relação à habilidade de a empresa estimar as perdas decorrentes de corrupção.

O rebaixamento, segundo a agência Fitch, afeta diretamente cerca de US$ 50 bilhões em dívida emitida pela empresa brasileira. Foram rebaixados de BBB para BBB-, o último degrau considerado grau de investimento, espécie de selo de bom pagador para sua dívida.

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