Os investidores receberam bem a notícia da compra da Netshoes pelo Magazine Luiza, por US$ 62 milhões (R$ 244 milhões), divulgada ainda na noite de segunda-feira (29). As ações da Magalu abriram o mercado nesta terça-feira (30) com alta de 2,60% e dispararam. Às 15h05, estavam em alta de 5,69%, cotadas a R$ 188,67, um recorde para a companhia, segundo os analistas.
Ao mesmo tempo, em Nova York, os preços das ações da Netshoes despencavam 26,82%, cotados a US$ 1,91. Aparentemente, a leitura dos investidores por lá é a de que a empresa, sempre reconhecida como uma boa ideia que teimou em não dar certo, foi vendida barata demais.
Em fato relevante divulgado ao mercado, a varejista diz ter acertado o pagamento de US$ 2 por ação em dinheiro, abaixo do valor de fechamento das ações na segunda (29), que encerraram a US$ 2,65 na Bolsa de Nova York.
Apesar do entusiamo inicial, analistas dizem que a aquisição ainda precisará de três a quatro anos para mostrar seu retorno. Alguns dizem que os esforços que a Netshoes demandará do Magazine Luiza podem prejudicar a varejista que, há tempos, virou a queridinha dos investidores no Brasil.
"O Magazine Luiza tem uma ótima equipe administrativa, provavelmente capaz de atuar nas duas frentes, mas esse é um risco que vale a pena mencionar", disseram os analistas do Itaú BBA em relatório, segundo a Bloomberg.
A Netshoes foi fundada em 2000 como uma loja física de calçados em São Paulo, por Marcio Kumruian e Hagop Chabab. Com o fracasso nas vendas, o negócio migrou para a internet. O IPO da Netshoes foi realizado em 2017. Hoje, segundo a Suno Research, ela é avaliada em cerca de US$ 70 milhões, e tem uma dívida líquida de R$ 144 milhões.
O e-commerce esportivo está à venda desde setembro de 2018 e foi disputado, além do Magazine Luiza, por Mercado Livre, Centauro, a gestora de private equity Advent e a B2W, dona do Submarino, Shptime e Americanas.com.
A operação fechada com o Magazine Luiza depende de aval de acionistas da Netshoes e também do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Após a conclusão da aquisição, o e-commerce passará a ser uma subsidiária da Magazine Luiza.
Segundo informações do Infomoney, Kumruian continuará à frente da empresa.
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