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Crise na Petrobras

Ações da Petrobras despencam no mercado internacional após demissão de Prates

Petrobras
Ações da estatal em Nova York caíam 7% no "pre-market" desta quarta, leve valorização do tombo de 8% na noite de terça após o anúncio. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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As ações da Petrobras negociadas na bolsa de Nova York caíram 7% no chamado “pre-market” desta quarta (15) após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitir Jean Paul Prates do comando da estatal. A queda nos papéis da companhia chegou a 8% no “after market” na noite de terça (14) após o anúncio da demissão.

Estes primeiros números devem se repetir ao longo do dia enquanto o mercado financeiro repercute a troca de comando da estatal. Lula indicou a engenheira Magda Chambriard para o cargo, que terá o nome analisado pelo Conselho de Administração nesta manhã.

De acordo com o economista André Perfeito, mestre em Economia pela PUC-SP, a saída de Prates se soma a um “conjunto grande de mal-estar dos últimos dias”, incluindo a tragédia no Rio Grande do Sul e a divisão no Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros.

Segundo Perfeito, a decisão de Lula visa direcionar a Petrobras para mais investimentos, mas isso tem consequências imediatas no mercado.

“A impressão que se tem é que a decisão de Lula foi no sentido de forçar a Petrobras rumo ao investimento – o que ele tem todo o direito de fazer – mas inevitavelmente o efeito de curto prazo é a perspectiva que o preço corrente das ações deve ser descontado”, disse em entrevista à Exame.

Perfeito diz que a expectativa é de que a repercussão no mercado ao longo do dia provoque uma “nova rodada de realizações e o dólar pode estressar mais uma vez”.

A demissão de Prates é vista como uma vitória para membros do governo Lula que defendem o uso de parte dos recursos da estatal para mais investimentos, o que resultaria em menos verbas disponíveis para pagamentos de dividendos aos acionistas.

Esse foi um dos principais pontos de conflito entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que criticou a Petrobras por não “fazer o suficiente” para controlar os preços dos combustíveis.

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