Além dos incentivos oferecidos pelo governo estadual, um acordo fechado com os funcionários da fábrica de São José dos Pinhais foi determinante para a decisão da Volkswagen de produzir no Paraná a sétima geração do Golf. Segundo o presidente da montadora no Brasil, Thomas Schmall, a negociação permitiu à empresa "planejar investimentos de longo prazo, em um ambiente mais estável".
"Nunca é uma só questão [levada em conta] para fechar um investimento. Vamos investir aqui porque temos certeza de futuro, certeza de competitividade do Paraná, segurança jurídica. E, além disso, conseguimos fechar no ano passado um contrato com nossos funcionários que chamamos de competitividade, muito importante", disse ontem o executivo, após encontro com o governador Beto Richa.
Pelo acordo, firmado em setembro de 2012, os 3,5 mil empregados da Volkswagen em São José aceitaram flexibilizar parte do contrato de trabalho em troca da promessa da empresa de voltar a investir na fábrica. Um dos pontos mais importantes para a Volks foi a implantação de um banco de horas.
Até então, as relações entre a montadora e os trabalhadores estavam estremecidas. Em meados de 2011, por exemplo, a linha de produção ficou parada por 37 dias em meio à campanha salarial dos metalúrgicos, na mais longa greve já enfrentada pela multinacional em todo o mundo.
Do pacote de incentivos que ofereceu à Volks, o governo estadual só revela a dilação do ICMS. Enquadrada no programa Paraná Competitivo, a empresa terá até oito anos para começar a pagar a maior parte do imposto relativo aos primeiros anos de produção. "Os detalhes [do contrato] são confidenciais", disse o governador Beto Richa, repetindo o que havia afirmado sobre o acordo com a Audi a subsidiária da Volks anunciou semanas atrás a produção, na mesma fábrica, dos modelos A3 sedã e Q3.
