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negociação

Acordo para evitar "abismo fiscal" nos EUA permanece incerto

O acordo para evitar o "abismo fiscal" nos Estados Unidos permanecia incerto neste domingo (30). Legisladores ainda negociam como impedir o aumento automático de impostos no primeiro dia de 2013.

Assessores do líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, e do líder republicano na Casa, o senador Mitch McConnell, trabalham para chegar a um acordo. Um eventual entendimento precisaria ser votado nas duas casas do Congresso antes da meia-noite de segunda-feira.

Reid disse que os dois partidos ainda mantinham diferenças nas negociações. O senador afirmou ainda que não apresentou uma contraproposta para a última sugestão republicana. "Tive diversas conversas com o presidente e, nesta fase, não somos capazes de fazer uma contraproposta", disse Reid no Senado.

Ele sustentou que os democratas podem fazer tal oferta ainda neste domingo. "Eu acho que o líder republicano está demonstrando boa fé. Só que divergimos em algumas questões bem grandes", Reid acrescentou.

O capelão do Senado Barry Black abriu a sessão de domingo com um apelo a Deus para os legisladores evitarem dificuldades econômicas. "Olhe com bons olhos a nossa nação e nos salve de ferimentos", disse Black em uma oração.

Se os senadores não concordarem em bases comuns, o aumento de impostos e o corte de gastos do governo tiraria 600 bilhões de dólares de estímulos à economia norte-americana.

O principal foco da negociação é o aumento de impostos para os mais ricos. O presidente Barack Obama defende a proposta. Os republicanos são contra, principalmente os conservadores fiscais da Câmara dos Deputados.

Obama chegou a fazer uma rara aparição num programa de entrevistas da rede NBC para pressionar os legisladores a chegar a um acordo.

Senadores que participaram de outros programas de entrevista neste domingo mostraram otimismo.

"Há uma possibilidade real de acordo", disse o democrata por Nova York Charles Schumer na rede ABC. "Eu não discordo", afirmou o senador Jon Kyl, um republicano do Arizona.

O senador republicano Lindsey Graham admitiu que o acordo aumentará tributos sobre os mais ricos, poupando o resto do país de elevações de impostos. "Eu acredito que as pessoas não querem cair no abismo", disse Graham, um líder conservador, ao canal Fox News Sunday.

Um acordo no Senado, porém, pode enfrentar a resistência dos republicanos na Câmara dos Deputados.

Obama ofereceu aos republicanos um acordo para aumentar o imposto de renda para as famílias que ganham mais de 250.000 dólares por ano, e mais de 400.000 dólares por ano.

Um assessor da Casa Branca disse que o presidente e sua equipe tinham estado em contato com os líderes do Congresso durante todo o fim de semana.

Mercados financeiros

Em entrevista à NBC, o presidente norte-americano disse que os mercados financeiros serão afetados negativamente se os parlamentares dos Estados Unidos não conseguirem fechar um acordo.

"Se as pessoas perceberem que em 1o de janeiro este problema não estará resolvido, que não vislumbramos a redução do déficit porque os republicanos não aceitaram o acordo que eu os ofereci ... então, obviamente, isso vai ter uma reação adversa nos mercados", acrescentou.

Ele disse que a maioria dos norte-americanos terão redução de impostos mesmo se as negociações falharem.

"E se tudo mais falhar, se os republicanos de fato decidir bloqueá-lo, de modo que os impostos sobre as famílias de classe média subam em 1o de janeiro, então vamos voltar com uma nova proposta ao Congresso em 4 de janeiro para cortar impostos sobre as famílias de classe média ", disse ele.

O republicano John Boehner, presidente da Câmara dos Deputados, respondeu à crítica de Obama de que os republicanos dificultavam um acordo.

"O presidente continua a insistir num pacote favorável a impostos mais altos, que destruiria empregos. Nós estamos sendo razoáveis e responsáveis", disse Boehner, num comunicado.

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