Sindicato da categoria exige a readmissão dos temporários que participam da greve. O IBGE prefere resolver na Justiça| Foto: Tânia Rêgo/ABr

ENFRAQUECIMENTO

Um dos motivos que deve levar ao fim da greve foi seu enfraquecimento. Segundo a direção do IBGE, apenas 8% dos empregados seguem em greve. Ao fim de junho, o porcentual era de 25%. A pesquisa mais afetada pela greve foi a Pnad Contínua, pesquisa em âmbito nacional sobre mercado de trabalho. Sobre a Pesquisa Mensal de Emprego – divulgada em maio e junho de modo parcial por causa da greve –, a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, disse que todos os dados que faltavam foram coletados e agora passam por um processo de análise.

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Após um mês e meio de paralisação, a greve do IBGE está perto do seu fim, mas ainda resta um impasse entre a categoria e a direção do órgão: a recontratação de 200 trabalhadores temporários dispensados durante o movimento.

Em uma reunião realizada ontem, foram fechados, porém, dois acordos e a expectativa da diretoria do IBGE é de que, com isso, os trabalhadores retornem ao trabalho ainda nesta semana.

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Um dos acordo prevê a criação de um grupo de trabalho paritário, com integrantes da direção do IBGE e do sindicato, para criar uma proposta até o fim do ano para reformulação da carreira dos funcionários do instituto, com o objetivo de atingir a equiparação salarial com outros órgãos, como o Ipea. Essa era um das principais reivindicações da categoria quando do início da greve.

Foi acertada ainda a criação de outro grupo, nos mesmos moldes, para estudar as tarefas realizadas pelos trabalhadores temporários e definir uma proposta a fim de melhorar a "proporcionalidade" entre trabalhadores efetivos e contratados por períodos, segundo Wasmália Bivar, presidente do instituto. Hoje, o IBGE conta com cerca de 6 mil servidores e 4,5 mil temporários.

A reunião contou com a presença do secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. Ele crê no fim da greve e disse que as assembleias de trabalhadores necessárias para o retorno dos grevistas podem ser realizadas em 48 horas. Só após a retomada ao trabalho é que será discutida uma proposta de reposição de dias parados e pagamento dos dias descontados.

Impasse

Suzana Drumond, diretora da Assibge (sindicato da categoria), afirmou que a reunião terminou "em impasse" por causa da questão dos temporários. "Não aceitamos sair da greve sem a readmissão desses trabalhadores", disse.

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Segundo ela, o IBGE quis manter o caso na Justiça – que deve analisar na próxima semana – em vez de fazer um acordo. O sindicato alegou que as dispensas ferem o direito constitucional de greve.

A sindicalista reconheceu, porém, que a proposta para voltar ao trabalho será votada hoje em reunião plenária do sindicato. Se for aprovado o fim da greve, esse indicativo será levado a assembleia nos estados.